31 de agosto de 2011

80's

Um dos meus grandes amigos entendido em música, na teoria e na prática, tem por hábito dizer que a década de 80 foi a pior da história da música. Eu não concordo com ele, se calhar é por me limitar a avaliar só pelo que gosto e perceber pouco de solfejo. Hoje de manhã, ao entrar no carro estava a passar uma música dos New Order na antena 3, porventura uma das melhores colheitas dos eighties, isto para quem gosta, claro!
Portanto decidi colocar aqui algumas das música que me agradam, não necessariamente as que mais gosto dessa década, mas aquelas de que me fui lembrando e que me mimam os ouvidos. 

New Order - True Faith

The Cult - She sells sanctuary

The Clash - Should i stay or should i go

U2 - With or without you

The Cure - Just like heaven

Men at work - Down under

Pink Floyd - Learning to fly

30 de agosto de 2011

TAC à tola


Por andar frequentemente com cefaleias o meu médico de família aconselhou-me fazer uma tomografia axial computorizada crânio-encefálica, ou seja, por ter muitas dores de cabeça o médico mandou-me fazer uma TAC à tola.
Ontem fui buscar o resultado do exame e não tenho nenhuma porcaria na cabeça, ou pelo menos não tenho nenhuma porcaria, sinónimo de doença. Não é que estivesse muito preocupado, talvez pelo meu optimismo estar mais desenvolvido nestes últimos anos. Sossegou-me ainda o facto da linha-da-vida da palma da minha mão ter um comprimento a perder de vista, prolongando-se talvez até ao pescoço.
Todavia ontem enquanto me dirigia para o hospital para ir buscar o relatório, comecei a fazer suposições tipo, "E se afinal tiver uma coisa qualquer grave", "E se a tal coisa grave for mesmo fatal". Em boa verdade, "o medo da morte é uma coisa que a mim não assiste", já o medo de sofrer para morrer não é bem assim, este confesso que me "assiste" um bocado! O que me assusta não é sofrer os últimos cinco minutos, mas sim os últimos cinco anos agarrado a uma cama com dores e limitado física ou mentalmente. 
Para além disso, neste momento tenho mesmo muita coisa a que me agarrar, a minha filha, esposa, pais e amigos. Faço ainda muita falta à minha filha, ela precisa do pai para estar ao lado dela e lutar por ela, quero acompanhá-la no seu crescimento, ver as suas gracinhas, conquistas, descobertas e tantas coisas mais. Aos restantes, principalmente, à minha amada e aos meus pais, também haverei de fazer alguma falta por ser parte da vida deles. 
Sem muito mais tempo para devaneios lá cheguei ao parque de estacionamento e fui buscar o dito relatório, como a imaginação me fez ficar ansioso, assim que voltei a sentar-me ao volante abri o envelope que entre belas imagens do interior da minha cabeça, relatava estar tudo normal.

28 de agosto de 2011

Ricos sem-abrigo

Nos últimos fins-de-semana a SIC Notícias transmitiu um conjunto de quatro episódios do Panorama BBC onde cinco milionários de predispõe a passar alguns dias no papel de sem-abrigo. Desde já elogio-lhes a coragem pois não deve ser fácil para o comum dos mortais abdicar do conforto do seu lar, comidinha garantida e um mínimo de segurança, em troca de tantas incertezas, ainda que passageiras. 
Numa primeira fase os cinco milionários teriam de ficar por sua própria conta nas ruas de Londres, teriam de sobreviver ao frio da noite, arranjar um espaço  seguro onde conseguir dormir e encontrar alimentos ou uma forma de os poder adquirir.
A fase seguinte era passada na companhia de um outro sem-abrigo conhecedor dos hábitos daquela realidade, com o instinto de sobrevivência mais apurado pelas inevitáveis necessidades de adaptação.
Finalmente os últimos dias eram passados em centros de apoio a sem-abrigo, que contrariamente ao inicialmente previsto, se tornou uma tarefa bem mais complicada. Estes centros disponibilizam cama, comida, banho e calor bem importante nas noites de inverno, mas em contrapartida são geralmente meios onde existe droga, álcool e violência. 
Em todos os casos os participantes mudaram a ideia que tinham em relação aos sem-abrigo, pois não são todos uma cambada de preguiçosos acomodados a uma vida fácil a pedir esmola. Contudo nem sempre é fácil compreender a sua mentalidade por se fazer o paralelismo com a realidade de quem não tem de passar por essa adversidade. As pessoas mostradas no programa que se encontram nessa realidade, são geralmente pessoas que vivem nas ruas há anos, que aprenderam a sobreviver nesse meio e a quem a mudança para uma vida, melhor da nossa perspectiva, também assusta. 
A vida na rua para além de trazer dificuldades físicas ou de sobrevivência física, traz sobretudo uma grande violência psicológica, falta de esperança, sensação de perda da dignidade, que são bem mais difíceis de suportar e que as arrastam indefinidamente naquele meio.

27 de agosto de 2011

Vespa

Com os combustíveis constantemente a aumentar, tenho vindo a ponderar comprar uma scooter para me deslocar para o trabalho e mais uma ou outra volta que tenha de dar. Comecei então a pesquisa levando em contra três ou quatro condicionantes, a distância que percorro diariamente (aproximadamente 50 km), o preço da máquina, o facto de não ter carta de mota, podendo apenas comprar um brinquedo até 125cc e o gosto pessoal, que recai sobre a mítica Vespa.
De um momento para o outro já estava a procurar em tudo o que era site, fóruns e youtube, na busca de informações concretas relacionadas com fiabilidade, condução, preços e claro, o “vício” da Vespa que sem a mínima dúvida dentro das scooters é um mundo à parte.
Lá seleccionei dois ou três modelos que podiam encaixar naquilo que pretendia, mas sempre foi havendo o claro obstáculo, o raio do preço. Sim porque sendo uma scooter não é propriamente barata. Tem no entanto uma grande vantagem, consome menos de metade do meu carro (aliás do meu pai), o que se traduz numa poupança significativa a médio/longo prazo.
Depois de me sentir minimamente esclarecido em relação às opções, decidi levar a decisão a comité familiar, ou seja, falar com a minha esposa, pessoa que manda cá em casa, para em conjunto decidirmos se adquirimos o dito brinquedo ou não.
Após uma conversa da qual não resultaram feridos, optámos por não avançar para a compra da Vespa. O momento não é o melhor para gastar uns ainda significativos trocos.

25 de agosto de 2011

Primavera Árabe


Com a queda do regime ditatorial de Kadhafi, dei por mim a pensar em duas coisas que acho, de certa forma, surpreendentes na Primavera Árabe. A primeira é a forma como foi despoletada e a segunda, o veículo mais importante na sua organização e concretização.
Parece-me ser completamente inesperado que a morte por auto-imolação de um desconhecido vendedor ambulante tunisino, Mohamed Bouazizi, em protesto contra o governo regional de Sidi Bouzid, tenha sido o “clique” que levou à queda de, até agora, três ditaduras existentes há mais de duas décadas, Tunísia, Egipto e Líbia, estendendo-se os protestos a outros países cujos resultados não foram, para já os mesmos, Iémen, Barhain e Síria. 
Num ápice a morte deste mártir chegou aos media, difundido-se pelo Facebook onde foram criados movimentos que possibilitaram a organização de manifestações e revoltas com o intuito de derrubar os poderes instalados. A força conseguida na Tunísia mobilizou as populações dos países vizinhos, que de repente saíram às ruas para se libertarem também eles dos seus tiranos. 
A internet e facebook que tantas controvérsias têm causado, tal como qualquer outra inovação, com os seus prós e contras ajudaram a que estes povos conseguissem finalmente ter mais uma oportunidade de construir uma sociedade mais justa e livre. 

23 de agosto de 2011

(In)justiça


Hoje ouvi nas notícias que iriam ser retiradas as queixas contra Dominique Strauss-Khan, sendo este oficialmente um homem livre. Embora as exames periciais a que foi sujeita a queixosa, Nafissatou Diallo, concluíssem que tivesse havido violação, tendo ela mentido no seu depoimento não havia uma base consistente que suportasse a acusação.
Do que ouvi como factos, e não sei nem quero saber quem fale verdade ou mentira, se foi uma cilada ou se o senhor meteu mesmo a pilinha onde não o queriam deixar, houve uma violação mas como a senhora mentiu não se passa nada. Do pouco que percebo, visto não ser habilitado em direito, o crime de violação é punível pela lei Americana, tal como é o de perjúrio. Se ambos cometeram um crime, ambos deviam ser condenados, independentemente da acusação não ser completamente honesta e por isso dever ser também condenada. 
Na minha opinião (sim, porque como português também tenho opinião para tudo ou quase tudo, por mais ridícula que seja), era mais acertado condenar os dois, tendo em conta os factos, do que libertá-los.

20 de agosto de 2011

Um estudo realizado ...


Um destes dias vi uma notícia que dizia ter sido feito um estudo que indicava ganharmos 3 anos de vida por cada 15 minutos de exercício diário. No dia anterior a esta revelação, outro estudo que afirmava perdermos 22 minutos de vida por cada hora a ver televisão, isto se tivermos mais de 25 anos!
Provavelmente haverá qualquer coisa que me passou ao lado, a análise sintética destas revelações pode induzir em erro o meu pensamento e as minhas conclusões do que li. Não sei qual foi a amostragem nem quais os parâmetros considerados que levaram a revelar os resultados obtidos, mas parece-me que teríamos de fazer alguma futurologia para adivinhar a hipotética idade de morte dos indivíduos analisados para saber que tinham ganho ou perdido anos de vida em função de um determinado comportamento. Quem me garante que eles não irão durar mais anos por ver mais televisão e fazerem menos exercício, pois num qualquer dia podem abusar e morrer de enfarte? Se nesse dia estivessem a ver televisão não morriam! Coisas do destino, para quem acredita nele.
Cada vez o meu lado céptico sobressai mais, quando ouço falar de “Um estudo …”, parece que são revelados como verdades absolutas e por vezes, ao fim de um determinado tempo, é feito um estudo sobre o objecto de estudo previamente estudado e conclui-se que afinal o resultado era o inverso. Não sou contra a investigação científica, obviamente, acho é que às vezes se cai demasiado no ridículo com teorias da treta.
Algumas conclusões de estudos que encontrei por essa internet fora e que acho no mínimo… caricatos (hoje até estou um bocado benévolo):
- “Darth Vader tinha problemas psicológicos. A sério, e eu que pensava que ele era só mal-humorado;
- “Os utilizadores do internet explorer têm o QI mais baixo. Ainda bem que eu utilizo o Google Chrome;
- “Homens infiéis têm o QI mais baixo. Lá está, mais uma vez escolhi o lado certo da barricada;
- “Fast food aumenta a felicidade das crianças". Aposto que o óleo de fígado de bacalhau a diminui.
- “A Vuvuzela pode provocar perda de audição”. E descobriram isso sozinhos ou precisaram de ajuda?
Reconforta-me saber que se investe dinheiro, tempo e se aposta nestas mentes prodigiosas com o intuito de responder às questões que mais afligem a humanidade. Sinto que hoje o mundo e um local mais seguro e saudável.

19 de agosto de 2011

Bento XVI, O Radical

Não gosto do Papa Bento XVI. Tenho a certeza que ele também não gosta de mim, embora não saiba porquê, enquanto eu sei porque não gosto dele. Não tenho a mínima dúvida que ele seja mais inteligente, fale mais línguas, leia mais, seja mais culto, pratique melhores acções, diga mais verdades e seja globalmente melhor pessoa do que eu, no entanto isso não me obriga a gostar dele, e tenho toda a legitimidade para isso.
Se o senhor Joseph Ratzinger, com todas as suas qualidades e defeitos, fosse funcionário de um banco, caixa num supermercado, vendesse revistas num quiosque ou outra coisa qualquer, a minha simpatia por ele seria certamente outra, pois o homem até nem deve fazer mal a uma mosca, o problema é que ele é Papa.
Hoje quando ia almoçar ouvi na rádio umas declarações do sumo pontífice que me fizeram aumentar ainda mais a embirração com ele. Segundo o Papa Bento XVI, "Frente ao relativismo e a mediocridade, surge a necessidade da radicalidade. A radicalidade evangélica é estar em Cristo, firmes na fé".
Em meu entender, alguém que é o representante máximo da religião a que pertenço, não se pode permitir a declarações que apelem à radicalidade, aliás “radical” é o melhor exemplo de uma palavra que não deve ser associada à religião. Devido às suas responsabilidades, deve obrigatoriamente ser mais contido nas palavras, para não correr o risco de inflamar e alimentar fanatismos.
Numa altura que anda meio Madrid à batatada em manifestações a favor e contra a Igreja e seus representantes, também em consequência de algumas intolerâncias religiosas, falar em “radicalidade” é “deitar achas para a fogueira”.
Quando os ministros religiosos se queixam da crise de fé que atravessamos e da ausência de fiéis nas cerimónias religiosas, deveriam olhar para dentro e perceber que porventura tais factos se devem a muitos actos desenvolvidos por si, que envergonham e contradizem os valores advogados pela Igreja.

18 de agosto de 2011

20 anos depois


Passaram 22 anos desde que vi pela primeira vez o capitão da selecção de sub-20 portuguesa, Tozé, levantar a taça de Campeão do Mundo ao lado do então seleccionador Carlos Queiroz depois de 2 golos magníficos do Abel e Jorge Couto à Nigéria. Passaram 20 anos desde que o Rui Costa correu para a bola, chutou e continuou a corrida saltando os painéis publicitários em direcção às bancadas do antigo Estádio da Luz, a rebentar pelas costuras e a estremecer com os pulos da vitória.
Duas décadas depois estamos novamente na final, contra todas as expectativas, depois de ter deixado para trás as poderosas Argentina e França, esta última Campeã da Europa e nossa besta negra em várias meias-finais. A nossa selecção não tem as vedetas de outras, não joga um futebol espectáculo, não é exuberante e porventura nem sequer cativante. As qualidades desta selecção são outras, é uma equipa discreta, solidária e coesa, defende com garra, é eficaz, nota-se que o mais importante não é o individual mas o colectivo e é assim que se vai mais longe.
Há uma frase do ex-seleccionador nacional António Oliveira que frequentemente ouço na minha memória, “temos de deixar de ser os melhores para ser os primeiros” e de facto esse é que tem de ser o pensamento na abordagem às competições. Os Gregos foram campeões da Europa contra um Portugal que jogava um futebol bem mais atractivo, todavia menos eficiente e por isso perdemos. Gosto de ver futebol bonito mas naturalmente gosto bem mais de ganhar, mesmo que a jogar mal. Não me importo que não seja a “Geração de ouro” e seja a “Geração coragem” desde que seja vencedora.
No próximo sábado/domingo espero que a final seja bem jogada, que a história de 1991 se repita e ganhemos de novo ao Brasil, que a equipa entre em campo confiante e alerta, sem medo e com a mesma bravura que demonstrou até aqui. Se não ganharem que se lembrem das conquistas construídas pelo grupo na competição e que as sementes agora plantadas permitam colher muitos frutos no futuro.
Aconteça o que acontecer na final, todos foram dignos merecedores da camisola que envergam.

17 de agosto de 2011

Juza


Nas minhas pesquisas fotográficas encontrei há já algum tempo o site de um fotógrafo Italiano, apelidado de Juza, com imagens absolutamente magníficas. O espaço e todo o seu conteúdo é da autoria do próprio fotógrafo e tem para além das imagens arrebatadoras captadas nas diversas viagens, apreciações a material fotográfico ensaiado, esclarecimentos, dicas variadas como é o caso do aconselhamento a quem pretende fazer da fotografia profissão ou hobbie.
Juza é um profissional freelancer autodidacta que fotografa imagens essencialmente de paisagens ou da natureza. Nas bibliotecas de que dispõe o site podemos encontrar paisagens magníficas que vão desde o norte da Europa à América do Sul, de uma riqueza visual impressionante, sempre com as características técnicas por detrás do clique que levou à captação do momento. O site de Juza está em http://www.juzaphoto.com

Lofoten islands - Canon EOS 20D, Canon EF 24-105mm f/4 L IS USM, 1/125 f/5, iso 200. Lofoten, Noruega

Agalychnis callidryas (Red-eyed Tree Frog) - Canon EOS 1Ds Mark III, Canon EF 180mm f/3.5 L Macro USM, 2.5" f/22, iso 100, tripé. Selva Verde, Costa Rica

Mont Saint Michel - Canon EOS 7D, Canon EF 24-105mm f/4 L IS USM, 1/15 f/11, iso 100, tripé. Mont Saint Michel, France

Torres Del Paine National Park - Canon EOS 7D, Sigma 12-24mm f/4.5-5.6 EX DG HSM, 1/125 f/11, iso 100. Torres Del Paine, Chile

Zambujeira Do Mar - Canon EOS 7D, Sigma 8-16mm f/4.5-5.6 DC HSM, 1/40 f/11, iso 100, tripé. Zambujeira Do Mar, Portugal

16 de agosto de 2011

"M*rdas que o meu pai diz"


Há já algum tempo que não tinha o prazer de ler um livro, na sexta-feira ao procurar um que me interessasse, acabei por comprar dois. O primeiro foi uma escolha mais ou menos óbvia, “Quarto livro de crónicas” de António Lobo Antunes. Desde que li o “Primeiro livro de crónicas” e posteriormente “Os cús de Judas” que me tornei num grande admirador do referido autor. Para mim o senhor António Lobo Antunes é daquelas pessoas que considero ser um génio e que me deixa algo fascinado. Aprecio nele não só aquela personagem meio bicho-do-mato, com o seu mundo próprio, desencaixado da sociedade, mas também a forma como escreve que denota o resultado de um trabalho árduo e extenuante imprimindo no papel palavras todas escolhidas e alinhadas propositadamente naquele lugar específico. Nos seus livros não há vocábulos aparecidos ao acaso.
Já com as crónicas debaixo do braço, lá continuei pela livraria a espreitar o que havia, mais por curiosidade do que com o interesse de gastar mais dinheiro. Enquanto mirava as prateleiras dei de caras com a segunda compra, cujo título sugestivo me chamou a atenção, “ M*rdas que o meu pai diz” do desconhecido Justin Halpern. Lá peguei nele e folhei três ou quatro páginas, lendo duas ou três passagens, fechei-o e procurei o código de barras para ver se ainda encaixava no orçamento. Não ficava barata a festa, trazendo os dois, mas lá vieram comigo.
Como fiquei bastante curioso e o livro é bastante bem-humorado comecei logo a ler as ditas merdas que aquele pai dissera e que o filho registara. Ao contrário do que preconceituosamente pensei, o tal pai – Sam Halpern – não é um indivíduo sem instrução, mas um médico de medicina nuclear que dedicou a vida a trabalhar na investigação da cura para o cancro.
O que mais gostei no livro, para além de ser hilariante do princípio ao fim, foi a forma pragmática como eram transmitidos os valores ao filho, com exemplos muitas vezes completamente disparatados, mas com conteúdo, com alguma rispidez mas sempre com o intuito de tornar o filho uma pessoa responsável, preparada para lidar com o mundo.
Ao ler algumas das “barbaridades” ditas por Sam Halpern, fiquei com alguma “inveja” da sua transparência, frontalidade e capacidade de se abstrair daquilo que os outros pensam dele. O homem está-se completamente nas tintas para as opiniões daqueles que não conhece de lado nenhum e às vezes até para as daqueles que conhece. É preciso coragem! 

15 de agosto de 2011

Serra de Aire

Enquanto jantava com a minha amada, numa tasca soberba pela qualidade da comida e preço muito em conta, no Livramento, comentei que os meus pais já deviam andar a sonhar com este dia há mais de três semanas. Pela primeira vez a pequena ia ficar a noite lá em casa. Nós mais uma vez apreensivos lá fomos passar o dia e a noite os dois até porque no dia 15 de Agosto celebramos o aniversário do nosso casório.
Como o que pretendíamos era sossego, optámos por ficar apenas uma noite não muito longe, numa casa de turismo rural na Serra d'Aire. Confesso que embora o espaço não seja desagradável, estava à espera de mais, todavia o mais importante é a companhia e o descanso, por isso não organizámos grandes expedições e limitámo-nos a visitar as grutas de Mira de Aire. Ainda pensámos em ir até à Fórnea mas acabámos por adiar a visita para outra oportunidade.
Após o jantar voltámos para o quarto afim de por em prática o pretendido para a curta estadia, escrever mais umas memórias à minha filha, esta crónica, quero ainda ler um bocado (coisa de que tenho tantas saudades), ouvir música, ver um filmezinho e namorar. 
Amanhã se conseguir quero dormir pelo menos até às 9 horas, já que nestas férias o mais tarde que me levantei da cama foi às 7h30 da madrugada.

14 de agosto de 2011

Dia de "relax"


Depois de sabermos que tudo estava bem com a pequenita e que a noite até tinha corrido bem, lá decidimos continuar com os planos para o dia, passar o dia no relax. Quando nos preparávamos para sair de casa recebi um telefonema do meu primo a dizer que não ía connosco, como havíamos combinado, por a esposa que se encontra de esperanças não estar a sentir-se lá muito bem. 
Arrancámos para Alcobaça para passar uns momentos a descansar e recarregar baterias no spa das termas da Fervença. Como nunca tinha ido a uma coisa daquelas ía um bocado expectante para ver se realmente aquilo era uma coisa à maneira ou se é mais uma cena ao jeito dos "gourmets" que servem no essencial para nos sacar os trocos, enquanto pensamos que estamos a fazer um figurão e a desfrutar de um produto excepcional que ao fim ao cabo só tem uma embalagem mais apelativa. Acabou por ser um momento bem passado que não tendo um efeito extraordinário permite descontrair um bocado o corpinho.
Findo o chapinhanço, lá fomos até ao centro de Alcobaça para almoçar num restaurante ali perto do Mosteiro. O café foi tomado numa esplanada com vista para o Mosteiro e por lá ficámos um bom par de horas estacionados a ler os livrinhos comprados no dia anterior à espera que o meu primo e família se juntassem a nós. 
Antes de regressar a casa ainda fizemos uma visita rápida ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.

13 de agosto de 2011

Noite fora de casa

Pela primeira vez desde que nasceu, a pequenita dormiu em casa da avó materna e longe de nós. Inicialmente até pareceu uma boa ideia, ter uma noite de descanso sem a preocupação de ter de me levantar a meio da noite para lhe por a chupeta e adormecê-la novamente, mas assim que a deixámos lá, já ao final da tarde, comecei a temer pelo seu descanso e o da avó. Nada tem a ver com a confiança (ou falta dela) na minha sogra para tomar conta da pequena, simplesmente era uma situação nova para ambas e não sabia de que forma se ambientaria ao adormecer e acordar a meio da noite numa outra casa.
Mas lá seguimos com o plano de uma ida ao cinema que já não acontecia há mais de um ano. O filme escolhido foi "A árvore da vida" de Terrence Malick, que é um daqueles filmes que me deixa a pensar se sou uma besta insensível e com uma capacidade limitada, ou se o filme é realmente uma merda. Cá para mim alguém andou a fumar uma substância de qualidade duvidosa e ficou um bocado avariado das ideias. Parece-me fazer pouco sentido misturar um drama familiar, com a morte de um filho, com imagens do National Geographic, ainda para mais sem uma conclusão. Mas isto sou só eu a pensar, já que a minha esposa até gostou do filme.
Fechado o parêntesis deste desabafo, a certa altura ainda no início da sessão, o telemóvel toca e era a minha sogra a relatar que estava com alguma dificuldade  para adormecer a pequenita, perguntei se queria que a fossemos buscar ao que me disse que não, lá lhe expliquei os procedimentos usados em casa e assim ficámos. Perto da meia-noite lá nos descansou com uma mensagem a informar que a pequena já tinha adormecido. Alívio!
Ao contrário do que eu esperava não consegui desligar o mecanismo da preocupação nem consegui abstrair-me da ausência da pequenota. Parece que volta não volta me dava a sensação de que a ouvia lá no seu quarto pronta para começar a choramingar. Tinha também pensado que me ia desforrar e que ia ser uma noite bem dormida a prolongar-se, vá lá até às 8h30 da manhã. Contrariamente ao esperado, adormeci já passava das 2h e acordei eram 7h22. A miúda portou-se lindamente e dormiu bem durante a noite, sendo fácil adormecê-la nas duas vezes que acordou. Amanhã voltamos a repetir a experiência agora em casa dos meus pais.

12 de agosto de 2011

Época 2011/2012

Finalmente começa hoje mais uma edição do Campeonato Nacional de Futebol da Primeira Divisão Portuguesa, para mim ainda continua a ter a denominação dos 80's, já que na minha opinião não se mistura lingerie com futebol. Uma coisa é certa, independente de quem ficar em primeiro no final das 30 jornadas, o SLB continuará a ser o melhor do Mundo quiçá até da Europa, parafraseando o ex-jogador Hélder Cristóvão.
Como grande adepto da bola estou obviamente um tanto ou quanto ansioso para ver como se vai desenrolar o campeonato deste ano, embora na minha opinião as coisas serão mais ou menos idênticas aos anos anteriores, as grandes protagonistas continuarão a ser as mães dos árbitros, continuaremos a ter grande animação nas estações de serviço das auto-estradas, as pedras continuarão a chover em algumas regiões do país, todas as equipas merecerão ganhar todos os jogos e quando isso não acontece a culpa há-de ser de alguém que tenha um apito na boca, o habitual.
Quanto ao futebol propriamente dito, acho que as equipas estão mais equilibradas, levando na minha opinião vantagem o Porto pela solidez da estrutura e manutenção das pedras basilares da equipa. O Glorioso ganhou soluções para alguns sectores, embora me pareça que o fundamental é rotatividade da equipa ser mais bem feita e haver estabilidade no balneário. O Sporting reforçou-se bem, mas penso que não tão bem como pareceria inicialmente, a defesa continua desequilibrada e não me parece ser muito sólida, falta um patrão digno desse nome. As restantes equipas julgo não terem pedalada para a discussão do título, nem mesmo o Braga que embora tenha demonstrado alguma consistência neste ano que passou, perdeu alguns jogadores importantes na defesa e meio-campo. 

11 de agosto de 2011

Praia das Paredes

Ontem decidimos dar a conhecer a praia à pequenita, juntámo-nos aos meus primos e ao final da tarde fomos até à praia das Paredes. Foi mesmo um dia de sorte pois quando lá chegámos já passava das seis e meia da tarde e o tempo estava impecável, nem muito calor, nem vento e claro, a essa hora o sol já não está excessivamente forte.
A pequenita inicialmente estava, como é habitual nela perante uma situação nova, muito desconfiada e com aquele ar que não engana ninguém, de quem está de pé atrás.
Quando se deparou com aqueles grãozinhos fininhos a tocarem-lhe nos dedos ficou ainda mais desconfiada e não se atrevia a mexer-lhes muito, parecia até uma galinha a dar umas bicadinhas com o dedito. Depois a pouco e pouco foi ganhando um pouco mais de confiança e prolongando o tempo do toque, até que a certa altura, aquilo até já tinha alguma graça e já arrastava a areia com a mãozita a alisá-la e espalhá-la. 
A certa altura quando demos por ela já tinha as mãos na boca para experimentar todas as sensações que aquela novidade lhe provocava. Ao contrário do que eu estava à espera, não chorou nem teve qualquer tipo de resistência ao contacto com aquele ambiente, foi destemida.
No regresso a casa adormeceu por estar bastante cansada e à noite brindou-nos com uma valente birra antes de adormecer, não há dias perfeitos.

10 de agosto de 2011

Fátima

Ontem decidimos ir finalmente com a pequenita a Fátima, depois de uma almoço em casa da mãe da minha esposa, uma valente posta de peixe para cada um, daquelas que tiram a fome até à hora de jantar.
Inicialmente não estava muito inclinado para a peregrinação, visto ser Agosto e estar um calor do catano, acentuado pelo Santuário ser uma zona descampada e alcatroada o que se torna bastante mais quente. Portanto o melhor era telefonar a uns amigos que já não via há algum tempo e que são daquela zona, tomar um lanchinho e por a converseta em dia e depois sim, ir colocar uma velinha na pira, agradecer e pedir protecção a Nossa Senhora e apresentar-lhe a pequenita.
Assim fizémos, acabámos por conseguir cumprir os planos para o dia e fazê-lo de forma bastante agradável. Não sei se é coincidência ou sinal de que a pequenota também se sentiu abençoada ou apaziguada, o que é certo é que dormiu a noite todinha sem acordar para ser aconchegada. 

9 de agosto de 2011

Buddha Eden e Pia do Urso

Ontem finalmente pude desfrutar de um verdadeiro dia de férias, daqueles em que se faz alguma coisa de interessante e se passam bons momentos de descontracção. A visita que escolhemos para o dia de ontem foi ao Buddha Eden  perto do Bombarral, um jardim oriental criado pelo Comendador Joe Berardo.
A ideia do jardim surgiu na sequência da destruição dos Budas de Bamyan pelos Talibans no Afeganistão, com o intuito de ser um espaço de reconciliação. 
Gostei bastante de ter conhecido aquele espaço e de ter partilhado aquela visita com a minha esposa, filha e primos. Foi um dia que valeu a pena ter sido vivido. Depois da visita tivemos a sorte de encontrar um restaurante a atirar para o tasco, no centro do Bombarral onde tivemos um farto e delicioso repasto por uns anormais 11 € por cabeça.  
De tarde fomos até à Pia do Urso, uma aldeola "perdida" na Serra de Aire e Candeeiros brilhantemente reconstruída. Nesta aldeia existe um parque sensorial para invisuais e um percurso pedestre bem agradável, envolvido pela vegetação serrana. Ao longo do dito percurso uma série de jogos e brincadeiras para entreter os mais pequenitos, que tornam a visita agradável para toda a família.
Finda a jornada um merecido "Mega Perna-de-Pau".
Buddha Eden

Buddha Eden

Buddha Eden

Buddha Eden

Buddha Eden

Pia do Urso

Pia do Urso

Pia do Urso

Pia do Urso

7 de agosto de 2011

Henri Cartier-Bresson

"Fotografar é alinhar a cabeça, o olho e o coração. É uma forma de vida."
Era assim que Henri Cartier-Bresson (1908-2004), "Pai do fotojornalismo moderno", disparava a sua máquina fotográfica e captava momentos a preto e branco. Ao longo da sua carreira fotográfica utilizava apenas uma Leica de 35 mm equipada com uma objectiva de 50 mm. 
No início dos anos 30 ao observar a fotografica "Três rapazes no Lago Tanganyika", do húngaro Martin Munkacsi, decidiu tornar-se também ele fotógrafo. As suas mais célebres obras giram em torno de cenas do quotidiano, sempre sem flash, nem cortes de película., para Cartier-Bresson a fotografia era uma pintura instantânea, não sendo do seu interesse o trabalho na câmara escura. 
Além das fotos tiradas à vida comum, foi também fotojornalista para as mais importantes revistas, cobriu a Guerra Civil Espanhola, a Libertação de Paris na Segunda Gerra Mundial, o Maio de 1968, os últimos dias de Gandhi e tantos outros momentos que fazem parte da história mundial.
Em 1947 conjuntamente com Robert Capa, Bill Vandivert, George Rodger e David Seymour fundou a Magnum Photos, uma agência fotográfica gerida como uma cooperativa.
Em meados dos anos 70 decidiu abandonar a fotografia para de dedicar à sua vocação inicial, a pintura, tirando apenas esporadicamente alguns retratos. 
A simplicidade e transparência das suas fotos fizeram de Henri Cartier-Bresson um dos maiores génios fotográficos.





3 de agosto de 2011

Hospitalizada

Como tanto temíamos, no Sábado a febre da pequenita continuava a não baixar e às 11h da manhã retornámos ao hospital, tal como havia sido indicado pela equipa médica que nos atendeu na quinta-feira anterior. Depois de mais uma radiografia e de uma colheita de sangue para análise cujo resultado foi inconclusivo, às 16h foi-nos dito que a pequena teria mesmo de ficar internada para observação. 
Após a administração de antibiótico intravenosa, que a obrigou a andar com uma protecção na mão, por causa do catéter aplicado, a febre finalmente baixou. Ainda assim permanecemos com ela internada durante mais três dias, tendo apenas recebido alta na terça-feira. Foram dias mesmo muito difíceis, não só pela preocupação com o estado de saúde da minha filha, mas também pelo cansaço que resulta do internamento, pelas noites passadas sem dormir e da falta de respostas concretas.
Ouvir que estava novamente boa, que tinha alta, foi uma injecção de felicidade indescritível. Não há realmente nada mais precioso do que a saúde. 
Daqueles dias passados no serviço de pediatria do Hospital de Leiria, trago comigo algumas memórias que não se apagam facilmente. A minha filha teve ao que tudo indica, uma virose que embora nos tenha dado preocupações, não foi uma doença grave ou que lhe deixou marcas futuras, mas por lá estavam algumas crianças já muito marcadas, inocentes, indefesas e por mais que tente não me consigo por nem no seu lugar, nem no dos pais que têm de sofrer e resistir para lhe proporcionar uma vida o melhor possível. A minha esposa disse que admira esses pais e eu não podia estar mais de acordo com ela.
Admiro também as pessoas que trabalham nesse serviço, sem excepção. Nos dias 4 dias que frequentei aquele hospital, só tenho bem a dizer dos médicos, das auxiliares e das enfermeiras que foram sempre atenciosos, prestáveis, dedicados e com um sorriso na cara independentemente da hora do dia ou da noite e de terem 10 minutos ou 8 horas de trabalho.
Agora vou tentar recarregar as minhas afanadas baterias e recuperar a energias durante as férias.