31 de dezembro de 2011

Último dia do ano

Como é hábito neste dia, vai andar toda a gente por aí a celebrar o ano novo. Eu nunca gostei muito das passagens de ano, embora tenha naturalmente excelentes recordações destas ocasiões, na companhia dos meus primos, amigos, esposa ou pais. No entanto sempre achei patético ter de estar forçosamente bem disposto só por ser o último dia do ano.
E se me apetecer andar chateado? Ora, não posso porque este dia é para festejar! Quem é que me obriga? 
Mais, temos de andar a planear a noite, passar o dia a cozinhar, comprar coisas mais caras, porque o momento assim obriga e à meia-noite já temos de andar a puxar a carroça, enpanturrados e metade do comer, que até faz mal como o raio, vai para o lixo. Se assim não for até estranhamos.
Portanto, cá em casa optámos por não entrar em loucuras e estragações, a noite será passada de forma calma, ou pelo menos faremos por isso, sem exageros desnecessários. 
A todos desejo que o 2012 não confirme as piores expectativas, que seja um ano surpreendente pela positiva sem as aflições previstas. 
Bom Ano!

30 de dezembro de 2011

Balanço de 2011

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Com o aproximar do final do ano começam-se a ouvir os vários balanços do ano que termina, o melhor, o pior, o assim-assim, enfim o habitual. A prática acaba por ser normal e lógica visto vivermos muito em função de barreiras psicológicas. 
Nos últimos anos tenho tentado não me preocupar e se calhar até evitar fazer estas análises anuais, bem como de elaborar uma lista mental de objectivos e intenções para o ano que se aproxima. Esta opção tem uma justificação muito simples, estes processos são geralmente uma perda de tempo que não levam a lado nenhum e muitas vezes só geram uma enorme frustração por não se ter feito isto ou aquilo que se tinha prometido numa precipitação de fim-de-ano.
Por passar uma meia-noite não me torno melhor ou pior e não estarei mais motivado para fazer o que se calhar até aí não tinha conseguido, mesmo que por preguiça. 
Andar a analisar épocas de 365 dias com tantos acontecimentos que porventura pouco dependeram da minha vontade, também me parece inconsequente. Um ano não se resume a bom ou mau por ter tido dois ou três acontecimentos felizes ou infelizes. E nada muda por o resumir dessa forma. 
De acordo com as previsões astrológicas, nas quais acredito cegamente (ironia), o ano de 2012 vai-me ser muito favorável portanto basta-me isso para ficar descansado. 

28 de dezembro de 2011

E os Vencedores são:

Galardão Fulano...que é o maior da aldeia - José Sócrates, pelo esforço desenvolvido ao longo de vários anos que culminou no fosso em que nos encontramos. Não foi o único responsável mas foi certamente um dos maiores, percebendo-se agora porquê, o ex-Primeiro Ministro não gosta de pagar a quem deve.

Galardão Fulano... que canta umas cantigas - Vitor Gaspar, ainda a procissão vai no adro e não param de chover cantiguinhas. O Ministro das Finanças tem já previsto um enorme repertório para justificar as lixadelas a que o estado nos vai sujeitar. O ritmo do afundanço não abranda e não tarda nada, já meio país vai nos botes salva-vida ao som deste intérprete.

Galardão Fulano... que é um atleta quase Olímpico -  André Villas-Boas, as provas não param e o atleta continua a correr classificação abaixo, prometendo ficar na história do Chelsea como o pior treinador dos últimos anos. Colocou-se em bicos de pés demasiado cedo no sprint e arrisca-se a perder a embalagem cedo demais.

Galardão Fulano... cintilante - Cátia "da Casa dos Segredos", a dançarina de cabaré continua a marcar pontos no ranking da asneirada com raciocínios e pérolas do mais impressionante que alguma vez foi dito. Conseguiu chegar ao final do também cintilante concurso. Notável! 

Contrariamente às outras categorias, o “Galardão Fulano…que tem um trajecto impressionante" não está sujeito a disputa entre nomeados, como já havia sido referido na apresentação inicial. Este é um galardão maior, atribuído por designação directa visando distinguir alguém com um trajecto ímpar, ou quase.
O vencedor do Galardão é alguém cujo percurso é absolutamente brilhante, com acções dignas de um justo merecedor de tal honra. Nesta edição o Homem escolhido é alguém com obra, indiscutível e inequívoco, sendo a personalidade natural para a conquista do galardão. O vencedor é:
Pinto da Costa - Com uma carreira que fala por si, não vou justificar melhor a atribuição do galardão para não correr o risco de alguém me partir um braço, tal como aconteceu a um senhor ex-vereador da Câmara Municipal de Gondomar. 

Férias a bom ritmo

As férias continuam a bom ritmo, e hoje mais uma série de coisas planeadas a cumprir. O dia começou logo às 7h da madrugada para ter a segunda aula de mota, hoje particularmente dura por estar apenas 1,5 ºC! Mesmo com luvas e casaco o frio não deu tréguas, quando cheguei ao fim da aula, hoje já à solta na via pública, nem sentia os dedos e as mãos. Não houveram grandes sobressaltos, excepto nos 8's cujos dois primeiros saíram mais largos que a via e acabei por subir ao passeio e mais uma ou outra azelhice de deixar a mota ir abaixo. A tradição ainda é o que era.
Para o início da tarde reservei uma ida ao hospital de Santo André, em Leiria a fim de me ser recolhida uma amostra de sangue para ser inscrito no banco de dadores de medula óssea. Há dois ou três anos que andava para lá ir e sempre foi passando, agora se calhar pela mediatização pelo infortúnio do filho do Carlos Martins, pus na minha lista de prioridades essa tarefa para quando tivesse tempo. Não me desloquei lá pelo filho do Carlos Martins. Quis estar disponível para ser dador de medula pelo filho do Carlos Martins, pela minha filha, pelos filhos de quem estar a ler este texto e por quem não está a ler. 
A simplicidade do processo e importância que ele pode ter na vida de alguém fez-me pensar que iria viver mal com a minha consciência caso não desse esse  ínfimo passo e optasse pela atitude mais preguiçosa. Quando saí de lá saí orgulhoso de mim próprio e queira Deus que um dia possa ajudar alguém necessitado. 

26 de dezembro de 2011

Primeira aula

Acabei de chegar da minha primeira aula de condução de mota e o balanço que posso fazer é bastante satisfatório. Para quem a experiência de mota é nula ou quase (visto um amigo meu ter tido a gentileza e paciência de me aturar a deixar-lhe a moto 4 ir abaixo durante meia tarde na semana passada) ter conseguido deixar a mota ir abaixo apenas duas vezes na primeira aula é quase um motivo de orgulho. 
Felizmente que o instrutor é um tipo porreiro e compreensivo, pois calhar-lhe um azelha na rifa não deve ser fácil. Depois de um outro aluno levar a mota até um local com pouco ou nenhum trânsito e bastante espaçoso, começou a saga. Meti o meu novo capacete, levantei a perninha para passar por cima do banco e lá estava eu, ali sentado numa mota daquelas a sério. Qual Peter Fonda!
O instrutor explicou-me as funcionalidades das "alavancas" e finalmente ia meter a primeira! Resultado: "Vá, carrega aí outra vez no botão da ignição" - disse o instrutor. À segunda tentativa arranquei mesmo na máquina de quase 200 kg, e não estou a brincar consegui mesmo arrancar!
A partir daí dei mais umas duas ou três voltas ao circuito improvisado, fiz uns quantos "8's" como mandam as regras e dei lugar ao outro aluno. Obviamente que me senti um bocado um estranho, todos os movimentos e condução foram muito pouco naturais, ainda tenho de pensar em tudo o que faço e para que é que os botões servem antes de executar uma acção. No entanto gostei bastante da mota, que sendo um maquinão, é muito suave e intuitiva. Chato mesmo é andar de óculos e capacete!
Na próxima quarta-feira às 8h da manhã há mais!

24 de dezembro de 2011

É Natal!


Estamos finalmente na véspera de Natal, embora a época natalícia já tivesse começado oficialmente no dia em que deu o "Sozinho em casa". Nos últimos anos tenho-me distanciado do Natal, aliás desde que faleceu a minha avó paterna em 1995, o Natal nunca mais foi o mesmo. 
Para mim o Natal, celebração do nascimento do menino Jesus, era o fenómeno mais acentuado da vivência em família, e a perda da minha avó parece ter afectado bastante esse espírito. Continuo a achar que vale a pena termos esta época no calendário e continuo a gostar de a viver, simplesmente tem uma intensidade diferente, uma nostalgia e mágoa que antigamente não era sentida, se calhar pela minha inocência.
Ultimamente tenho-me lembrado mais do Natal dos outros do que propriamente do meu, por culpa das notícias e das circunstancias actuais. Felizmente não me posso queixar do meu natal, até porque cada vez mais me satisfaço com menos, no entanto, deixa-me um bocado "quebrado" saber que nem toda a gente terá um natal minimamente agradável, por estar sem emprego, ter uma reforma miserável, estar doente ou sozinho. O Natal infelizmente também é esta realidade.
Pela primeira vez este ano vou passar o Natal sem ser na companhia dos meus pais mas na companhia dos meus sogros e cunhados. O Natal será igualmente bom, será igualmente em família, mas obviamente sendo filho único e assumidamente "menino dos papás", fazem-me muita falta. Se calhar também me fazem falta por saber que lhes faço falta a eles tal como a minha filha e esposa. Para minimizar a ausência almoçámos com eles e amanhã repetimos o momento. Como não partilhamos a consoada trocámos presentes mais cedo, que felizmente não podia ter sido melhor. A minha melhor prenda foi absolutamente extraordinária, a felicidade estampada num sorriso emocionado dos meus pais quando lhes demos uma tela com a fotografia da pequenita.
Feliz Natal! 

21 de dezembro de 2011

Férias

Hoje depois de almoço comecei oficialmente as minhas férias! Normalmente opto por ter as minhas férias distribuídas ao longo do ano, não gosto de as gastar todas de uma vez e não gosto de as esgotar antes do final do ano, isto porque nunca se sabe se não se vai precisar de um dia ou outro por causa de uma "dor-de-barriga".
Sempre que posso prefiro ter duas semanas de férias no Verão, preferencialmente coincidindo com as da minha esposa e da família que vem de fora, ou seja, em Agosto. Gosto também de tirar duas semanas por altura do Natal, visto ser uma época de muita agitação com festas e stresses, portanto nada melhor do que ter o tempo disponível. As restantes que sobrarem são gastas em função das circunstâncias.
Para estas férias tenho naturalmente muitos planos, de coisas que quero fazer, outras que devo fazer e uma ou outra que sou mesmo obrigado a fazer. Vamos ver se o "programa das festas" é cumprido ou não, sobretudo sem chegar ao início do novo ano mais cansado do que estou neste momento.

20 de dezembro de 2011

Vaclav Havel Vs Kim Jong-Il

Este último fim-de-semana trouxe-nos a notícia da morte de dois homens de estado incontornáveis na história dos seus países e também mundial. Se um deles deixará muitas saudades pelo papel heróico que teve na defesa dos oprimidos no seu país, lutando contra o comunismo, o segundo foi o reverso dessa medalha. 
Vaclav Havel, dramaturgo bem sucedido, foi o ícone pacifista do seu país tendo sido o último presidente da república Checoslovaca e actor preponderante na revolução de veludo que depôs o regime comunista em 1989. Mais tarde seria também o primeiro presidente da República Checa, após a separação da Eslováquia, mantendo-se no poder democraticamente até 2003. Ao longo da sua vida "revolucionária" foi perseguido e preso por se insurgir através das suas acções e obras que alertavam para os abusos dos direitos humanos sofridos pelo seu povo.
Kim Jong-Il, tirano implacável, foi o sucessor do anterior ditador e seu pai Kim Il-Sung. Kim Jong-Il seguiu os mesmos princípios do seu pai na aplicação da ideologia Juche, que defende a auto-suficiência do país. Com as suas políticas opressoras e totalitárias encaminhou o seu país para um fosso de pobreza, onde a liberdade de expressão é a esperada nestes regimes, ou seja, nula.
É certo que não sou grande consumidor de televisão e as imagens transmitidas são sempre as mais convenientes para os media, no entanto lamento que ideia veiculada tenha sido a de a morte mais chorada, de forma hipócrita e propagandista ou não, ser a de Kim Jong-Il.

18 de dezembro de 2011

Botões de punho

Ontem um casal amigo de Braga decidiu celebrar a sua união pelo casamento, convidando-nos para assistir a esse momento marcante. Levantámo-nos cedinho, organizámos as tralhas e partimos, com a intenção de lá chegar antes de almoço para não andarmos em correrias. 
Com uma pequena ajuda do GPS e algum sentido de orientação, cumprimos o horário estipulado e por volta do 12h30 já andávamos à procura de almoço pelas praças de Braga, com o check-in feito no hotel e bagagem depositada no quarto. Com alguma sorte encontrámos um bom restaurante com comida deliciosa e barata, como se quer, e retornámos ao quarto para calmamente no aperaltarmos. 
Ainda deu para ver um bocado TV descontraidamente e às 15h10 estava já quase vestido, completamente dentro do programa estabelecido, visto o casório ser só à 16 horas, senão quando não consigo dar com o raio dos botões de punho da camisa. Após uma stressante procura lá concluí que não me tinha acompanhado na viagem. Primeira e óbvia preocupação, resolver o problema que passava por arranjar qualquer coisa que prendesse os punhos da camisa, ainda para mais sendo eles de dobra. 
Como não consegui arranjar nada suficientemente eficaz, optei por sair à procura de um local onde comprar uns baratos para desenrascar. Com o tempo a correr contra nós, acelerámos a passada até uma ourivesaria que nos mandou para a o pronto-a-vestir em frente. Expliquei o que pretendia ao senhor que depois de me mostrar um resto de stock, um tanto ou quanto inadequado para a minha camisa, se propôs a pregar-me um botão de cada lado. À falta de melhor, siga!
De repente o senhor manda-me esperar, abre uma camisa que tinha na exposição, saca dos botões de punho da dita e dá-mos. Perguntei quanto lhe devia e ele, "Nada". Nada?!
Agradeci-lhe encarecidamente por me ter salvo o dia e continuámos o plano do dia já com 10 minutos de atraso. O casamento correu bem, boa comida, bom ambiente, espaço agradável e noivos felizes.
Hoje levantei-me e regressei à loja para lhos devolver, para grande pena minha estava fechada e não tinha caixa de correio. Desagradou-me não poder devolver ao senhor da loja os pequenos botões de punho em plástico e agradecer-lhe uma última vez antes de lhe desejar um Bom Natal. Se há coisa que ele merece é um Bom Natal, não pelo valor dos botões de punho mas pelo valor do seu gesto, mesmo sem me conhecer de lado nenhum. 

15 de dezembro de 2011

Dia de reclamações

Há dias que parece amanhecerem para embirrar connosco! No trabalho as coisas até correram bem e não houveram preocupações de maior, depois das 18h30 é que as coisas já não foram tão pacatas. 
No início de Dezembro decidimos mandar fazer duas telas com fotografias para oferecer no Natal, como sei que nem sempre a impressão inclui a armação interna em madeira, perguntei ao funcionário da grande superfície onde optámos por mandar fazer o trabalho se o preço em causa incluía essa estrutura. A resposta foi inequívoca "Claro que sim!". Pois bem hoje o resultado final era diferente, apenas dois panos com a fotografia imprimida, até porque segundo os seus colegas e respectivo superior hierárquico nem fazem aquele tipo de trabalho! Abreviando a história, o resultado foi uma reclamação formal.
Peguei no canudo e desloquei-me a uma loja para colocar a dita armação, e ao abrir uma das tela reparei num risco na impressão, resultado de um qualquer arranhão. Regresso à loja para novo protesto e o comprometimento do manda-chuva em solucionar a questão até terça-feira.
Finalmente hora e meia depois estava em casa. Jantei, preparei a tralha para o dia seguinte e chegou a hora de deitar a pequenita. Como todos os dias lá ocorreu toda uma série de procedimentos, desde a mudança de fralda, vestir o pijamita, uns beijitos, uns sorrisos, chupeta e cama para a tarefa mais árdua a que ela obriga, adormecê-la! Hora e meia depois de muitas reviravoltas, fechar de olhos e abrir resultado do barulho constante feito pelos vizinhos de cima, lá adormeceu. Após três anos de crianças aos saltos até altas horas, conversa à varanda em alta voz às tantas da manhã, arrojar com tudo quanto é móvel, gritaria e afins, peguei em mim e resolvi subir pela primeira vez um andar de elevador, tocar à campainha e explicar à senhora que assim é difícil viver, explicando-lhe calmamente os motivos. 
A vizinha mostrou-se compreensiva, dando os seus pontos-de-vista e explicando que se tem esforçado comprometendo-se a tentar moderar-se a ela e às filhas, mas que é difícil controlar as crianças antes das 10 horas! Regressei a casa e sentei-me ao computador a relatar este belo dia acompanhado pelo som irritante dos tacões dos seus sapatos. É reconfortante sentir-mo-nos compreendidos!

14 de dezembro de 2011

Capitão Falcão


Anda a circular na net o episódio piloto de uma série portuguesa que promete animar o país e gerar algum incómodo às mentes mais tacanhas. A trama gira em torno de um super-herói do estado novo, Capitão Falcão e do seu “partner” Puto Perdiz, no glorioso combate aos comunistas.
Capitão Falcão é mais ou menos uma coisa entre o “Major Alvega” e o “Batman e Robin” da série televisiva dos anos 60, supostamente inspirado numa banda desenhada dessa época, bastante colorido e com efeitos especiais suficientemente básicos e exagerados para lhe conferirem ainda mais piada.  
O Super-herói que come comunas ao pequeno-almoço, desloca-se sempre com seu inseparável companheiro que enverga um uniforme da mocidade portuguesa, numa potente mota com sidecar, ao jeito de “Falcãomobil”. A história cujo protagonista é tudo menos politicamente correcto, está a ser rodada contando já com pelo menos 8 episódios escritos. Não se sabe ainda qual o canal que a transmitirá por ser uma produção independente e decorrerem ainda as negociações.
Espera-se que a irreverência do super-herói fascista se torne numa excelente aposta para nos libertar de alguns fantasmas do passado, e que as mentes se abram para se poder finalmente brincar com alguns mitos e tabus já obsoletos.
Aguardemos então pelo celebrar da máxima “Deus, Pátria e Família” apregoada por Salazar, (desta vez) personagem humorística.  


12 de dezembro de 2011

Carta ao Pai Natal


Esta é a primeira vez que te escrevo, embora já tenha aprendido há 25 anos. Como já não falta muito para pegares no trenó, alinhares as renas e saíres a abrir pelo céu fora que nem um “ganda maluco”, vestido com o teu fato vermelho e saco “mágico” carregado de prendas, achei que poderia remeter-te esta cartinha.
Este ano, penso que tal como em quase todos os outros, não fui nem deixei de ser um bom menino, fiz o que pude e o que me deixaram. Acima de tudo tentei ser o melhor que consegui, o melhor filho, o melhor marido e o melhor pai. Certamente que nem sempre fui bem-sucedido mas não foi por não tentar ao máximo. Espero não ter deixado nenhum pedido de desculpa  perder-se pelo caminho, porque se há coisa que acho ser verdadeiramente errada é não reconhecer as minhas falhas.
Não te escrevo, Pai Natal, a pedir uma prenda ou a argumentar que a mereço, só porque comi o peixinho todo ou fiz os trabalhos de casa, incluindo aspirar e limpar o pó. Escrevo porque gostava que se alguém ler a carta, incluindo tu, esse alguém se lembre que nesta época são mais importantes os presentes que os olhos não vêem. Naturalmente que os outros também contam, mas contam menos. Não é só mais um cliché que utilizei só porque é bonito, é realmente algo em que acredito, algo que nos pode ajudar a atribuir menos importância aos momentos difíceis e ajudar a melhorarmo-nos enquanto pessoas e a tornar-nos mais alegres. O espírito de Natal ainda não deve ter sumido completamente!
Portanto Pai Natal, se não me quiseres trazer nada, não tragas. Dá-me só o prazer de ver a minha família feliz, a minha filha com os olhos a brilhar a abrir os presentes mesmo que ainda não perceba muito bem o que se está ali a passar, e a quem ler isto dá-lhe muita paz porque a paz é meio caminho andado para a felicidade.
Boa viagem Pai Natal e não fiques entalado em nenhuma chaminé.

9 de dezembro de 2011

Galardão Fulano...Cintilante


Este é o galardão que premeia sicranos que ao longo deste ano deram provas de terem qualquer coisa de cintilante. A criação desta láurea tem como principal objectivo, destacar a excelência de algumas mentes que produzem ideias de notável tremeluzência, aparentando na generalidade dos casos algum mau contacto ou curto-circuito intelectual.
Os nomeados são:
- Otelo Saraiva de Carvalho, com uma carreira militar notável e interveniente activo no 25 de Abril, o nomeado é o único que cumpriu pena de prisão por terrorismo, fruto da sua participação nas FP-25. Este ano, puxando dos seus galões, Otelo apelou a uma revolução, dando mostras de ter sofrido um lapso de pensamento, quando decidiu abrir a boca para proferir esta declaração. Vê-se assim nomeado para uma categoria que encaixa perfeitamente neste tipo de ideias, ou falta delas.
- Pedro Guedes, filho do presumível estripador de Lisboa, que ao concorrer à “Casa dos Segredos” se propôs a revelar as atrocidades praticadas pelo seu pai. A sua atitude surreal, é de certa forma fascinante do ponto-de-vista do absurdo e simultaneamente aterradora por demonstrar haver alguém tão ávido de fama, que se propõe a revelar segredos deste teor sem olhar a consequências. Caso não passe de um embuste, não deixa de ser igualmente assustador. O dito rapaz tentado reparar o seu anterior acto, referiu que elaborou um diário, onde são referidas as práticas relacionadas com a série de assassinatos, juntamente com o pai enquanto assistia ao jogo Portugal – Bósnia. Este nomeado revela sofrer não apenas de algumas intermitências no juizinho mas de fortes apagão naquela cabecinha!
- Cátia da “Casa dos segredos”, esta pessoa ou personagem que passou de dançarina de cabaré Luxemburguês a participante do programa de televisão da TVI é uma reputada nomeada dentro da categoria, pela qualidade das pérolas com que nos brinda. A candidata não se poupa a esforços para a conquista do galardão e marca pontos como se não houvesse amanhã. A cada deslocar de mandíbula é um emanar de preciosidades que deixa estupefacto o ser mais céptico. 


Finda a lista de nomeações, serão divulgados os vencedores a 29 de Dezembro.

8 de dezembro de 2011

Galardão Fulano... que é um atleta quase Olímpico


Este galardão premeia os atletas cujo comportamento foi notável, destacando-se pelas suas capacidades invejáveis no contexto desportivo. Nem sempre o desporto que praticaram foi muito, digamos… convencional, no entanto merecem todo o respeito pela forma como puseram em prática os seus atributos.
Os nomeados são:
- Roberto Jimenez pelos infindáveis quilómetros que percorreu a ir buscar ao fundo da gaiola, um sem número de aves, desde perus, a galinholas e algumas avestruzes. É sem dúvida o grande exemplo de um maratonista, pese embora não conseguir meter as mãos às bolas, salvo-seja. Viu o valor do seu passe ser inflacionado em cem mil euros contra todas as expectativas, eventualmente até as suas.
- André Villas-Boas, velocista que num curto espaço de tempo percorreu a distância de Coimbra ao Porto e do Porto a Londres. Venceu também a grande velocidade numa única época quase tudo o que havia para ganhar, confirmando-se como um sprinter de alto gabarito, pago a peso de ouro por um investidor Russo, que ameaça também aplicar-lhe, a grande velocidade, um valente chuto no cú caso não encontre a pista das vitórias brevemente.
- Yannick Djaló, pelo seu desempenho numa modalidade quase desconhecida, o Trekking (enduro a pé), actividade que pratica há algumas épocas mas que neste ano atingiu o seu auge. Graças a uma transferência gorada para o Nice, por ser inscrito fora do prazo previsto, iniciou uma enorme travessia do deserto que se arrasta desde Setembro e só terminará em Janeiro. Com tanta areia palmilhada, quiçá não será recompensado dentro em breve com um magnífico contrato para envergar a camisola do Sacavenense.  

7 de dezembro de 2011

Galardão Fulano... que canta umas cantigas


Este galardão pretende reconhecer as personalidades ou "conjuntos" do panorama musical, que ao longo do ano levaram bem alto, ou interpretaram bem alto, os seus temas. É sobretudo um prémio que tem o intuito de motivar os nomeados a consolidar as suas promissoras carreiras.
Os nomeados são:
- Homens da luta por demonstrarem que não é preciso saber cantar para ganhar um festival da canção. Ah! Afinal … já se sabia dos outros anos. Não foram os vencedores do Eurofestival por falta de sentido de humor das restantes nações, não deixando porém de conquistar no terreno, com cantigas de rua, a população local. Eu próprio votei neles ainda na fase de apuramento através do site da RTP e dei por muito bem empregue aquele clique no rato. Mereciam ir mais longe, pode ser que para a próxima lá estejam outra vez a “fazer a luta”.
- Os Golpes, banda nacional que cimentou a sua posição na música portuguesa com o single “Vá lá Senhora” do seu segundo álbum "G", interpretada pelo convidado Rui Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar. Esta música é uma cantiga Pop/Rock a atirar para o baile que se mete nos ouvidos e não larga os tímpanos. Com este álbum a banda afirma-se como uma das mais firmes promessas de futuro, certamente com muito boa música para nos agradar. O quê, acabaram? Caramba, já me lixaram a cena das nomeações!
- Vitor Gaspar, ministro das finanças, por não ter parado de nos encher os ouvidos desde que tomou posse. Interpretando essencialmente música deprimente, Vitor Gaspar é conhecido por cantar bem mas não alegrar. Incontestavelmente um fortíssimo candidato ao galardão, apresentou-se desde logo como um valor praticamente seguro da cantoria nacional, tivera nascido há mais de um século atrás e arriscar-se-ia a ser um dos violinistas do Titanic a dar música aos passageiros enquanto o barco ia ao fundo.

6 de dezembro de 2011

Galardão Fulano ... que é o maior da aldeia


O “Galardão Fulano… que é o maior da aldeia” tem como principal objectivo honrar os indivíduos que têm a mania que são os maiores. No mundinho deles são mais espertos que os demais e só fazem conta com a própria inteligência. Graças a pessoas como estas que conseguem fazer do mundo um sítio pior, somos muitas vezes tidos como um país de “Chicos-espertos”.
Os nomeados são:
- José Sócrates, pelo fenomenal trabalho que realizou ao longo de mandato e meio culminando com uma enorme oferta a cada um dos habitantes do país, uma enorme cruz. No mundinho do eventualmente Engenheiro José Sócrates éramos um país quase mais próspero que a Finlândia. No entanto, tivemos de pagar juros da dívida a 11% quando o limite para o pedido de ajuda seria 7%, de acordo com os entendidos na matéria. Transparecia ser um incompreendido mas afinal a malta topou-o e pô-lo a mexer.
- João Vale e Azevedo, que ao longo deste ano confirmou o seu lugar no quadro de honra, dos maiores mestres na área da trapaça. Este conceituado malabarista da lei, que tem vindo a firmar créditos ano após ano no campo da intrujice, marcou presença assiduamente nos tribunais de Londres ao longo do ano no processo da sua extradição para Portugal, a fim de ser julgado em mais um caso de fraude. Em nenhuma das sessões foi decidido devolvê-lo à precedência, o que demonstra o encaminhar para a uniformidade da celeridade da justiça europeia.
- Alberto João Jardim por não parar de nos brindar com comportamentos de um verdadeiro Super-Herói, umas vezes vestido, outras em cuecas, mas sempre como se fosse o supra-sumo não da aldeia mas da ilha. A sua postura governativa ignorando as regras do país são reveladores da grandeza deste homem. Quando o país vive sufocado pelos sacrifícios resultantes das políticas de austeridade, consequência também dos seus devaneios, Jardim concede tolerância de ponto aos “seus” funcionários públicos para assistir à sua tomada de posse. Haverá alguma dúvida poderio deste nomeado?

5 de dezembro de 2011

Galardões Fulano


Como o final do ano está a chegar decidi criar aqui no blog uma forma de reconhecimento a personalidades que durante este ano se evidenciaram em diversas áreas da sociedade. Para dar alguma pompa ao reconhecimento decidi criar os “Galardões Fulano”, em forma de homenagem as essas excepcionais individualidades. O dito galardão não contempla uma retribuição monetária pois não tenho sequer dinheiro para mandar cantar um cego, quanto mais para o gastar nestas palermices. Os laureados terão apenas direito à referência ao seu nome aqui neste “mediático” espaço. E já vão com sorte!
Nos próximos dias publicarei diariamente três nomeados para cada uma das quatro categorias, sendo a quinta um galardão de honra cujo vencedor é justificado pelo mérito resultante do seu percurso de vida. No final do ano será divulgada a decisão dos vencedores, tomada com base em critérios rigorosíssimos e imparciais por um júri conceituado cá em casa, constituído essencialmente por mim próprio.
As categorias que decidi criar são as seguintes:
- Galardão Fulano … que é o maior da aldeia
- Galardão Fulano … que canta umas cantigas
- Galardão Fulano … que é um atleta quase olímpico
- Galardão Fulano … que cintila
- Galardão Fulano … que tem um trajecto impressionante

1 de dezembro de 2011

Estripador de Lisboa

Após quase vinte anos foi finalmente preso o estripador de Lisboa. Este indivíduo assassinou entre 1992 e 1993, três prostitutas de uma forma bárbara, praticando simultaneamente actos do mais cruel e maléfico que a mente humana pode arquitectar. Contrariamente ao especulado na altura, o homem não era médico mas trabalhador da construção civil. Segundo o próprio, a sua pratica teve a ver com uma frustração e revolta pela sua mãe ser também prostituta.
Consultei o site do Jornal Sol onde estão publicadas as gravações conseguidas pela jornalista Felícia Cabrita, que conversou várias horas com o dito indivíduo antes dele ser preso, e é no mínimo impressionante assistir à forma como ele assume os crimes e descreve alguns dos pormenores ocorridos, com uma naturalidade desconcertante. 
A ocorrência desta série de crimes faz-me crer ainda com mais convicção que já é hora da nossa sociedade deixar de ser tão hipócrita e assumir de uma vez por todas a necessidade de legalizar completamente a prostituição. Por mais conservadores que sejamos, acreditar que a prostituição desaparece só porque a mantemos ilegal é absurdo. Por mais acções e medidas que se implementem é impossível extinguir tal actividade, portanto parece-me mais sensato e acertado até para protecção das pessoas envolvidas, criar regras e espaços onde seja desenvolvida.
Mais, sendo uma actividade com tanto dinheiro envolvido, é desigual para as restantes profissões legais, que não esteja sujeita a impostos nem gere riqueza efectiva para o estado, quiçá com a diminuição de proveitos para os envolvidos, deixará de ser tão aliciante.