31 de dezembro de 2012

Bom Ano!



Para mim, as passagens de ano nunca foram particularmente importantes, não me sinto obrigado a festejar o fim de um ano e o início de outro. Esperando-se o próximo difícil como os prognósticos apontam, então ainda menor é a vontade de me sentir feliz com a sua chegada.
Não é do meu interesse ser o “velho do restelo” e muito menos desejar que as coisas corram mal a quem quer que seja, muito menos aos que me são queridos, portanto, desejo que o próximo ano nos surpreenda pela positiva, que consigamos ter estofo para aguentar as dificuldades que se avizinham e que daqui a um ano nos sintamos realizados por as termos ter passado com distinção. Espero também que lá cheguemos de boa saúde.
Bom ano! 

28 de dezembro de 2012

Passeata

Ontem, para aproveitar um bocadinho das férias natalícias e para não as limitar quase só a comer doces e afins, decidimos ir até à Nazaré para um pequeno passeio. O dia estava belíssimo, um sol magnífico, céu limpo (ou quase) e a temperatura bastante agradável. 
Chegados à vila piscatória, em cima da hora de almoço, o destino foi um restaurante para um repasto que se pretendia o melhor possível ao menor custo. A escolha foi acertada, um local com vista para o mar e o preço foi muitíssimo em conta, considerando o espaço e a extraordinária qualidade da refeição. Só foi mesmo de lamentar que nesta época do ano e em tempo de férias para muita gente o restaurante tivesse apenas dois clientes, que éramos nós! Sinais dos tempos...
Com o estômago mais aconchegado, impunha-se um agradável passeio pela areia para queimar algumas calorias e tirar umas fotografias para matar o bichinho. 







23 de dezembro de 2012

(In)Feliz Natal



Por esta altura como é hábito anda quase toda a gente a desejar “Feliz Natal” e eu não sou excepção, se calhar mais por contágio do que por me sentir envolvido pelo espírito natalício.
Este ano não tenho muita vontade de andar feliz só porque estamos na quadra do Natal, de disfrutar na consoada de uma barrigada de coisas à mesa que me vão provavelmente causar má-disposição e de rasgar papel de embrulho que também custou dinheiro e cuja existência se destinou apenas a essa circunstância.
Este ano, mais do que em outros, preocupa-me e chateia-me bastante que muitas pessoas que eu conheço (e outras que eu não conheço), tenham um natal infeliz. Revolta-me que haja quem não tem dinheiro para poder ter uma mesa bem composta para si e para os filhos, numa noite que simboliza a felicidade, seja pelo nascimento do menino Jesus, seja pela união familiar. Revolta-me ouvir pessoas dizer que não compraram sequer um presente para os filhos porque a empresa onde trabalham não lhes pagou o ordenado.
Esta tristeza não é uma coisa momentânea que desaparece no dia 26 de Dezembro ou no dia 6 de Janeiro com o final da quadra, mas é naturalmente acentuada por ser uma época que carrega o peso de uma felicidade quase imperativa e que por isso implica uma maior desilusão quando as coisas não correm dessa forma.
Espero que para o ano as coisas não piorem, como se prevê, e que as mesas estejam suficientemente apetrechadas para que a quem a elas se senta fique feliz e que os pequenitos tenham presentes para abrir.  
Por agora desejo sinceramente um Bom Natal a todos!

19 de dezembro de 2012

De se lhe tirar o chapéu


abola.pt
"O Real Madrid C.F. quer expressar todo o seu apoio, carinho e afecto ao treinador do Barcelona, Tito Vilanova, a quem deseja a mais rápida recuperação. O Real Madrid estende este apoio ao clube e a toda a sua família"
Foi este o comunicado que o Real Madrid emitiu ao saber que tinha sido detectado um novo tumor a Tito Vilanova, treinador do Barcelona, cerca de um ano depois de lhe ter sido diagnosticado o primeiro. Nessa altura José Mourinho que tinha tido um desentendimento com Tito Villanova, à data treinador-adjunto do Barça, manifestou a sua solidariedade e desejo de rápidas melhoras a Tito.
Acho um gesto de grande nobreza e inteligência a posição do Real Madrid e José Mourinho, por terem a consciência de que há coisas mais importantes que o futebol e que as rivalidades se deveriam manter apenas dentro do campo, coisa que raramente acontece.
O futebol não é apenas um bando de energúmenos à pedrada e aos insultos, aliás o futebol não mesmo nada disto, o problema é que há pessoas que levam as suas frustrações para onde não devem e mancham o que de bom tem o desporto.
Infelizmente a memória é muito curta, os adeptos e dirigentes pouco aprendem, amanhã poucos se lembrarão dos gestos nobres e as pedras continuarão a cair.
A Tito Vilanova e a todos os que estão doentes com este ou outros males, desejo apenas que fiquem bem e depressa.

14 de dezembro de 2012

A carta

www.myspace.com/thejokerslaughingatyou

Hoje, vá-se lá saber porquê, deu-me para reflectir sobre cartas. A primeira de que me lembrei foi da carta náutica, fundamental para que o comandante do navio siga a sua rota com sucesso. Se o comandante do navio não souber ler a carta náutica, o mais provável é levar o navio ao naufrágio correndo o risco de afogar consigo a tripulação e passageiros.
Outra carta que me passou pela memória foi a “Carta de foral”, utilizada pela realeza portuguesa para estabelecer os limites territoriais, a sua sua administração, os privilégios e relações sociais e económicas.
A carta de tarot ou o seu conjunto, que permitem a quem nelas acredita, a adivinhação do futuro, positivo ou não em função do alinhamento que o acaso reserva. No tarot existem cartas com nomes tão curiosos como “a justiça”, “o louco”, “a temperança” e “a força”. No tarot os naipes são quatro: Paus, Copas, Espadas e Ouros. Cada um dos naipes está associado  a um elemento. Por exemplo, o naipe de ouros está associado ao elemento terra e consequentemente ao lado material, que envolve o aspecto profissional e financeiro, tal como à dedicação, esforço e empenho no trabalho.
A última de que me lembrei foi a vulgar carta de correspondência. Esta é aquela que aparece quando uma pessoa pega num bocado de papel e nele redige um conjunto de palavras, mais ou menos importantes, mais ou menos pertinentes, mais ou menos acertadas, mais ou menos oportunas, que conforme o seu alinhamento dão sentido e nova dimensão à ou às folhas.
Pessoalmente sou pouco dado a cartadas, não gosto muito de jogar às cartas, não sou muito de escrever cartas, sobretudo quando a responsabilidade dos assuntos exigem à minha consciência que os trate olhos nos olhos.
Mas verdadeiramente chato é quando o remetente acha que deve escrever uma carta e esta se atrasa muito. Por exemplo uma carta atrasar-se, vamos supor… 4 anos, parece-me demasiada demora. Quando assim é, o risco de uma séria complicação é bastante provável, pois o discurso do remetente dificilmente será entendido pelo destinatário. Mas isto são meras suposições.
Enfim, devaneios de quem não tem mais nada em que pensar!
Lembrei-me agora de mais uma, a carta fora do baralho.

13 de dezembro de 2012

Não havia necessidade...


Não sou contemporâneo do futebol de Eusébio, nunca o vi jogar ao vivo nem em directo na televisão e tudo o que conheço de si nesse âmbito, foi-me dado a conhecer através de imagens de arquivo passadas na televisão ou em vídeo. Tenho porém uma enorme admiração por ele e considero-o o mais extraordinário jogador de futebol português e sem ponta de dúvida um dos melhores a nível mundial.
A juntar às qualidades futebolísticas, tenho de si uma imagem de igualmente extraordinário carácter, pela humildade e simplicidade que me fui habituando conhecer da sua postura dentro e fora de campo.
Suponho que Eusébio tem sido das poucas figuras portuguesas que tem conseguido manter alguma intocabilidade, por conseguir passar ao lado de polémicas, mesmo mantendo a sua ligação ao Benfica.
Ultimamente, e não sei por que motivo, Eusébio proferiu alguns comentários menos elegantes, como foi o caso do de ontem em que “… o Benfica só perdia em Alvalade se jogasse com os juniores”. Não vejo qual a necessidade do comentário, ainda que o autor esteja no direito de o proferir.
Por todos os motivos e mais alguns, o comentário é despropositado e entra no “folclore provocatório” que não ajuda em nada o futebol, a imagem do Benfica e de Eusébio. Caso não tenha mais tento na língua, arrisca-se a perder um estatuto que lhe levou uma vida a construir e que fez por merecer. 
Eu detestava que o Eusébio perdesse o respeito que lhe devemos. Ainda hoje, há no mundo quem só conheça dois cidadãos portugueses, Amália e Eusébio.

9 de dezembro de 2012

Jantar com a malta

Ontem, e porque estamos na época natalícia, foi dia de jantarada com o pessoal que foi da minha turma e com o qual mantenho ligação, mesmo que o convívio já não ocorra com a frequência de outrora. 
Como é óbvio e habitual, foi uma noite bem passada dentro do bom ambiente característico e com muito humor à mistura. Findo o jantar, rico em qualidade e sobretudo em quantidade, decidimos aproveitar para dar uma volta por Leiria e beber um copo antes do regresso a casa. 
Já não andava pelas ruas de Leiria a um Sábado à noite há bastante tempo, não me lembro quando foi a última vez mas certamente que se não foi há um ano estará lá próximo. Não acho que as coisas tenham mudado radicalmente, mas cada vez mais me parece que ter 32 anos e sair para beber um copo é uma coisa ultrapassada. Até me deu quase a sensação que ter mais de 18 anos já é estar  fora do prazo!
Sei que que a minha mente não é exemplo no que respeita a abertura, não que seja retrógrado, mas haverão outras que toleram algumas coisas melhor que a minha. Ver garotada de 15, 16 ou 17 anos a cair de bêbada, é uma coisa que me faz alguma (muita) confusão, sobretudo porque me assusta que um dia seja a minha filha naquelas trites figuras. E sinceramente nem acho que a culpa seja totalmente dos pais, acredito que um pai ou uma mãe tenha grande dificuldade em resistir a deixar um garoto dessa idade sair à noite, quando os colegas de turma e de rua o fazem. Nem sei sequer qual é a solução ou a forma de contornar uma coisa que acho estar a acentuar-se e parece-me que não é esta a forma de criar melhores cidadãos.
Nestas alturas é que acho que o mundo/sociedade está a evoluir (se é que se pode chamar evolução a isto) mais depressa do que a minha cabeça.

5 de dezembro de 2012

Obviamente, demite-te!

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=368557

Não sei se o objectivo dos estudantes que levantaram hoje, na Universidade Nova, a faixa que se pode ver na foto durante o discurso do Primeiro-Ministro era um pedido, um conselho, uma ordem ou uma premonição, mas qualquer fosse a intenção deveria ser levada em conta pelo destinatário.
Acho que o Primeiro-Ministro deveria ter o bom senso de emendar um erro que praticou há uns tempos que consistiu na sua candidatura ao cargo. Deveria ter-se lembrado daquele nosso provérbio que diz: "Quem tem unhas toca viola", ora se não tem unhas que fique quietinho.
E já vai tarde!

1 de dezembro de 2012

Grande concerto

Ontem tive a oportunidade de ir pela primeira vez assistir a um concerto de "A Naifa", no Cine-Teatro José Lúcio da Silva, cá em Leiria. Sendo uma banda da qual gosto bastante tinha obviamente as expectativas elevadas.
Findo o concerto senti-me completamente preenchido, o concerto superou o que eu esperava. A música de "A Naifa" é fácil de ouvir e cativante, mesmo para quem não está familiarizado com todas as músicas de todos os álbuns, é muito bem tocada por músicos que já denotam a tarimba destas andanças, o alinhamento das músicas é bem conseguido e permite que o concerto siga em crescendo. As letras não são comerciais nem assentes em "clichés" ou "lugares comuns", são invulgares e é esse facto que ajuda a criar a identidade da banda. 
Gostei da voz poderosa e aveludada da Maria Antónia (Mitó), do profissionalismo metódico de Luís Varatojo numa excepcionalmente bem tocada guitarra portuguesa, do ritmo seguro e animado de Samuel Palitos e da discreta mas eficaz Sandra Baptista.
Foi sem dúvida um serão muito diferente do habitual, visto já não me lembrar do último concerto ou espetáculo que assisti e felizmente que valeu bem a pena, quando assim é o preço do bilhete não é lamentado! 

A Naifa - "A música"


28 de novembro de 2012

A entrevista

Não vi a entrevista feita ao Primeiro Ministro na TVI integralmente. Para ser sincero, apenas vi uns breves segundos na interrupção do zaping à procura de qualquer coisa interessante, que não era o caso. Contudo houve uma coisa que me ficou na memória, o penteado da jornalista Judite de Sousa. Chiça!!!

27 de novembro de 2012

Unanimidades

Por hábito desconfio de unanimidades. As unanimidades fazem-me pressupor que alguma coisa não é exactamente como devia ser, ou seja, alguém não exerceu a manifestação da sua opinião como a sentia, independentemente do motivo, geralmente por falta de coragem. 
Surge este desabafo na sequência de mais uma votação na Assembleia da República, curiosamente hoje sobre o polémico orçamento de estado para o próximo ano. Com um orçamento de estado tão discutível e de praticabilidade e eficácia tão duvidosa, tenho sérias dúvidas, para não dizer completa certeza, de que nem todos os deputados da coligação PSD/CDS concordam com a sua aprovação. Exceptuado Rui Barreto do CDS, todos votaram favoravelmente.
A disciplina partidária no sentido de voto foi mais forte que a manifestação da sua opinião e defesa dos interesses do país e de quem votou neles para a sua representação nas decisões sobre o seu destino.
Todos os deputados, exceptuando Rui Barreto, põem os interesses partidários à frente dos interesses dos estrangulados cidadãos ou então subestimam o estrangulamento. Todas as outras bancadas padecem do mesmo mal, se não foi nesta votação será noutra qualquer desde que as pressões do partido a tal obriguem.
Hoje, senti que apenas um homem me representou, seja por que motivo for, mesmo que tenha cedido a outra qualquer conveniência sua. Teve coragem para ir contra os jogos de interesses que prejudicam o país em benefício de organizações que roçam a mafiosisse.
Nesta democracia obviamente que não acredito. 

23 de novembro de 2012

Revelação natalícia


Há perto de 30 anos o mundo quase desabou, pelo menos, o meu mundo. Eu já desconfiava que as coisas não eram assim tão simples como me diziam e que a dúvida que me causava uma das práticas natalícias não era por acaso. A certa altura os meus pais confirmaram que de facto o Pai Natal não existia e que eu tinha razão, com aquela barriga imponente era impossível ele passar na nossa chaminé. Senti-me como se tivesse levado um murro no estômago.
Com o tempo percebi que isso afinal não era assim tão mau, pois não iria precisar de escrever cartas para pedir presentes, tinha direito a argumentar e a defender os meus motivos para merecer o tal carrinho ou o tal jogo e não precisava de esperar pela meia-noite para abrir os embrulhos que me estavam reservados. Mais, deixou de haver a possibilidade de encontrar um velhinho entalado ou a esgatanhar chaminé acima (tudo isto mantendo a fatiota vermelha imaculada) antes de continuar a sua distribuição de presentes pelos outros meninos que também tinham chaminés em casa, sim porque na minha opinião, os que não possuíam lareira não tinham forma de ser recompensados pelo bom comportamento ao longo do ano.
Não cheguei a ficar com nenhum trauma, cresci e transformei-me num adulto minimamente normal (seja lá isso o que for), mas ontem voltei a levar novo murro no estômago. Pensava eu que o nascimento de Jesus (O Cristo, não o Jorge) era uma situação perfeitamente esclarecida, senão quando num noticiário da hora de almoço, volto a sentir o mundo fugir-me debaixo dos pés ao tomar conhecimento que o Papa Bento XVI revelou no seu último livro que as duas figuras menos contestadas do Presépio, afinal não faziam parte dele. Pois é, o burro e a vaca não estavam junto à manjedoura onde o menino foi deitado e não terá sido o seu bafo a mantê-lo quente.
Não percebo o motivo de só agora, mais de 2000 anos depois, estes dois bichos serem expulsos do presépio, onde em muitas das recriações do momento, à venda em qualquer loja, aparecem com ar simpático e sorridente. Quem nunca viu um burro e uma vaca de loiça de dentuça à mostra junto ao menino Jesus?
Não vejo sequer que risco poderá trazer para a fé católica a presença daqueles dois inocentes animais, e qual a necessidade que o Papa terá em preocupar-se com estas questões laterais quando o mundo e a própria fé andam tão abalados. Enfim, ele lá terá as suas prioridades!
Fico também a aguardar a reacção das associações de defesa dos animais e os resultados dos possíveis inquéritos, com o intuito de aferir a real veracidade da revelação e se houve ou não o recurso à violência física e/ou psicológica.
Deixo também aqui um último pedido, por favor não acabem é com o bolo-rei!

21 de novembro de 2012

Nacionalidades


Li ontem numa notícia que segundo o Eurostat, 5000 emigrantes portugueses abdicaram de o serem e pediram nacionalidade do país de acolhimento. Se para os países que lhes concederam outro bilhete de identidade não há problemas nisso, para mim também não.
Quanto à atitude, eu, Joel Mota, enquanto mantiver a minha sanidade mental, nunca o farei. Mesmo que um dia as circunstâncias me levem a viver noutro país, jamais e em tempo algum eu abdicarei de ser português. Por mais insatisfeito que me sinta com o rumo do país, por mais que nos afundemos, por mais difícil que seja viver cá, nunca o meu orgulho em ser português será afectado e nunca eu renegarei a minha pátria.
Bem diferente é ter vergonha que algumas pessoas tenham a minha nacionalidade. Lamento profundamente, por exemplo, que José Sócrates, Passos Coelho, Victor Gaspar, Durão Barroso ou António Guterres sejam portugueses. Estaria muito mais satisfeito se estes bandalhos tivessem nascido para lá da fronteira. Tal como me faria feliz que alguns dos chicos-espertos que por cá andam fossem espanhóis ou de outra nacionalidade qualquer que não a minha.  
Como não posso fazer nada quanto a este problema, mantenho-me orgulhoso por ser português como D. Afonso Henriques, D. Nuno Álvares Pereira, Vasco da Gama, Aristides de Sousa Mendes, Fernando Pessoa, Camões ou tantos outros célebres ou anónimos que fizeram de Portugal o enorme país que é, quanto mais não seja pelo seu passado, pela riqueza cultural e humana.

19 de novembro de 2012

Regresso ao activo


Hoje fiz uma coisa que já não fazia há quase 15 dias, levantei-me e fui trabalhar. Esta ausência tem a ver com a baixa médica e foi para além de incómoda pelos motivos óbvios, muito aborrecida por me trazer um sentimento de inutilidade.
Estar em casa, com a sensação de não estar a fazer algo de útil é frustrante. Se me consigo entreter a fazer qualquer coisa para passar o tempo, consigo, mas não me dá aquele sentimento de valorização que me dá ir trabalhar. Estar de baixa ou desempregado, que felizmente não é o caso mas que já experimentei, provoca-me um sentimento completamente diferente de estar em casa de férias. É quase uma sensação de viver á custa de terceiros, mesmo que tenha legitimidade para estar de baixa e tenha os impostos em dia.
Senti também aquela falta da rotina de trabalho, de ver colegas, amigos e de a mente activa. Estar em casa é bom mas noutro contexto.
Amanhã volto a repetir o processo!

12 de novembro de 2012

Ausente

Nos últimos tempos tenho andado ausente, como já deve ter dado para notar. A minha febre estendeu-se por mais de três semanas, obrigou-me a ir ao hospital três vezes e à terceira fiquei internado para descobrirem o que se passava. 
Ao terceiro dia, o médico comunicou-me a alta e o diagnóstico foi mononucleose. Os sintomas que esta virose me provocou foram uma ligeira dor de garganta, dores de cabeça, febre e cansaço extremo. Quanto ao tratamento que me foi prescrito, é feito à base de um medicamento extremamente raro e complexo, que é necessário mandar vir da Tailândia e que custam um balúrdio. Mentira, é apenas e só Ben-u-ron! Sim, andei três semanas com febre, com a sensação de ter sido atropelado por um cilindro e o tratamento é um mero paracetamol, aliás os dois antibióticos que andei a tomar em simultâneo, nestes casos prejudicam mais do que ajudam!
Agora, tenho uma semana de baixa para tentar recuperar as forças.

23 de outubro de 2012

Doente e exausto


Depois de 6 dias com febre sem que eu soubesse o motivo, ontem, ao chegar do trabalho e depois de ver no termómetro que ela continuava, resolvi ir ao hospital.
Aconcheguei o estômago, peguei no carro e lá fui eu. Ao chegar à entrada ainda hesitei perante o número de pessoas que ali vi, ainda pensei em agarrar no carro e regressar a casa, quem esperou 6 dias também espera mais um. Mas na verdade optei pelo “quem esperou 6 dias também espera 4 ou 5 horas”, que farto de febre estou eu.
Feita a triagem, recebi uma pulseira amarela e mandaram-me para a fila roxa! Uma hora depois, o médico chamou-me, ouviu as minhas queixas palpou-me o abdómen e fez um primeiro diagnóstico: Síndrome gripal. Não era propriamente o que eu supunha, visto não me doer a garganta, não ter tosse, não espirrar, não andar com o pingo no nariz, mas o único dos dois que é médico é ele e não me cabe a mim desconfiar da sua avaliação.
Seguiram-se umas análises, uma ecografia abdominal, um raio-x ao tórax e 4 horas depois, tive alta com o mesmo diagnóstico. Receitaram-me uns comprimidos para as dores, a tomar em SOS e depois de um passou-bem vim-me embora.
Hoje depois de chegar do trabalho, repeti o ritual a que me tenho habituado na última semana e a febre mantém-se, sinto-me mais doente e mais cansado de estar doente, desde Janeiro que não faço outra coisa senão ir a médicos. Amanhã repete-se o cenário, ir ao médico de família mostrar uma ecografia à tiróide cujo relatório indica uma tiroidite e a carta que me deram no hospital.
Se calhar entretanto também tenho de ir é à bruxa!

17 de outubro de 2012

Para desanuviar

Primeiro foi uma moça bonita a abraçar um polícia em plena manifestação, agora outras duas em topless no cerco à assembleia da república. A continuar assim ainda me sinto forçado a concordar com o orçamento de estado!

16 de outubro de 2012

O abismo está próximo


Há muito tempo que perdi a pouca esperança que tive neste governo e ainda nem meio do mandato passou. Já por muitas ocasiões tive receio do futuro, do meu e do dos meus, mas nunca da forma como tenho hoje. Acho que mais  que o dinheiro, a vontade de continuar a trabalhar, a motivação, a crença na possibilidade de darmos a volta por cima, este (e o anterior governo) roubou-nos a esperança.
Não me sinto mergulhado numa desilusão apática, pelo contrário, cada vez mais me revolta ver a corja laranja, rosa, vermelha, azul e amarela, sem excepção, a fazer-se passar por salvadora da pátria que esgota os esforços para nos livrar da desgraça ou a reclamar do mal que os outros fizeram, quando se sabe que a assembleia tresanda ao podre compadrio.
Ontem, apresentaram um orçamento de estado que é um insulto aos que trabalham e aos que não trabalham porque não os deixam. Vêm pedir esforços a quem já mal consegue sobreviver, eles que este ano não abdicaram de 80€  mensais de aumento para estarem na assembleia “a representar-nos”, eles que não param de criar regimes de excepção para a mama não se acabar aos afilhados. Todos os dias a comunicação social revela os mais impressionantes cambalachos e arranjinhos que lhes rendem milhões e ainda nos vêm pedir com o maior descaramento que confiemos neles!
Alguém me explica como é que a maioria de nós vai sobreviver em 2013 e em que condições?
Ou muito me engano ou está a colocar-se o povo num estado em que já tem pouco a perder e quando se atingir o limite desse estado, as coisas descambam para uma situação onde os responsáveis se arriscam a pagar um preço muito alto. Ontem o cerco à assembleia já não foi uma mera manifestação pacífica, daqui para a frente parece-me que essa será a tendência. Depois não venham apelar à calma armados em cidadãos civilizados, ou acusar os comunas de incentivar a violência.

12 de outubro de 2012

Desilusão Nobel


Foi ontem divulgada a atribuição do Prémio Nobel da Literatura ao chinês Mo Yan e hoje do Prémio Nobel da Paz à União Europeia. Refiro apenas estas duas categorias porque são aquelas em relação às quais eu tinha maior expectativa e por ficar com um amargo de boca em ambos os casos. Na minha modesta opinião, os vencedores não correspondem integralmente ao que me parecem ser os requisitos para a conquista do galardão.
Apenas um dos livros de Mo Yan se encontra traduzido para português e não consta da minha lista de prioridades de leitura, os restantes muito menos, visto não falar chinês. Portanto, desconheço a sua obra. O que me faz discordar com a atribuição do prémio, é a postura de Mo Yan, que em 1995 retirou de circulação o seu romance “Peito Grande, Ancas Largas”, por desagradar ao regime chinês, aproximando-se deste. Com esta atitude perdeu independência e liberdade para exprimir a sua arte na plenitude das suas capacidades. Acredito que não seja fácil resistir ao poder chinês, mas caberia à Academia Nobel ter a capacidade de destrinçar a sua falta de isenção e não o premiar. Ao fazê-lo é conivente com um regime opressivo.
Quanto ao premio Nobel da Paz, a desilusão é ainda maior. Nem sequer discuto se o prémio é atribuído pela ideia fundadora ser da união entre povos que pretendem cooperar entre si ou se isso tem sido posto em prática eficazmente ou não, até porque é uma discussão interminável sobretudo no período que atravessamos. O que me desilude é o facto de a Academia Nobel não aproveitar a influência e mediatismo que este prémio tem para dar força a uma qualquer causa nobre a precisar de cativar a comunidade internacional.
Não sei quem eram os candidatos propostos, mas no mundo inteiro haverá certamente um qualquer benfeitor a precisar urgentemente de dar visibilidade à uma nobre causa que ajude a salvar vidas, já para não falar na utilidade que poderia dar a quase 1 milhão de euros. Em 1996 o Nobel da Paz foi atribuído a Ramos Horta e D. Carlos Ximenes Belo e eu não tenho a mínima dúvida que nessa altura o prémio foi um empurrão fundamental para a independêndia de Timor-Leste. Em 2012 essa oportunidade foi desperdiçada. 

10 de outubro de 2012

Brain Damage

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental, e achei que para o assinalar, melhor que trocadilhos com as alucinações de quem nos governa, seria melhor deixar aqui uma música da minha banda preferida, Pink Floyd. 
Algumas das músicas compostas pela grupo inglês, onde se inclui "Brain damage" pertencente ao álbum "Dark side of the moon", fazem alusão a estados de loucura, ou comportamentos pouco consonantes com o que se convencionou ser normal. Alguns desses temas são um claro tributo a Syd Barret, membro fundador da banda que a abandonou prematuramente devido a perturbações mentais. Outros são fruto das experiências de vida, estigmas ou "fantasmas" dos restantes membros, sobretudo Roger Waters, seu principal compositor. 
Não acho que a arte, independentemente da forma como se manifesta, seja fruto de insanidade mental, mas não tenho dúvidas que se não houvesse loucura, depressão e alucinações, o mundo seria um local mais cinzento e mais pobre.
Aqui fica uma rara versão acústica tocada por Roger Waters, baixista da banda.



Brain Damage - Pink Floyd

The lunatic is on the grass
The lunatic is on the grass
Remembering games and daisy chains and laughs
Got to keep the loonies on the path
The lunatic is in the hall
The lunatics are in my hall
The paper holds their folded faces to the floor
And every day the paper boy brings more
And if the dam breaks open many years too soon
And if there is no room upon the hill
And if your head explodes with dark forbodings too
I'll see you on the dark side of the moon
The lunatic is in my head
The lunatic is in my head
You raise the blade, you make the change
You re-arrange me 'till I'm sane
You lock the door
And throw away the key
There's someone in my head but it's not me.
And if the cloud bursts, thunder in your ear
You shout and no one seems to hear
And if the band you're in starts playing different tunes
I'll see you on the dark side of the moon

"I can't think of anything to say except...
I think it's marvellous! HaHaHa!"

9 de outubro de 2012

Interregno

Ultimamente tenho andado afastado aqui do blog, como já deu para notar pela data das publicações. A intenção não se prende com a falta de vontade em andar com isto para a frente ou com a falta de assunto, mas neste último mês têm acontecido tantas mas mesmo tantas peripécias, contra-tempos ou azares, que se os viesse aqui descrever, iriam parecer desabafos em jeito de choradinhos de alguém que se sente uma vítima do mundo. Como isto é um blog e não o muro das lamentações preferi não vir para aqui expô-los, até porque alguns me ultrapassam a mim próprio. 
Outro dos motivos que encaixa nesse lote de azares foi o computador ter entregue a alma ao criador, o que me obrigou a andar uns dias a agoniar pela falta de um "fiel amigo". Acabei por ter desembolsar os preciosos trocos para comprar outro, que ironia do destino vinha com uma avaria no teclado. De lá para cá tenho vindo a afinar a máquina ao meu jeito, e adaptar-me ao seu comportamento.
No entretanto, a vida continua...

27 de setembro de 2012

Panela de pressão


Se hoje me pudesse comparar a objecto, por mais ridículo que isso possa parecer, comparava-me a uma panela de pressão ou então uma caldeira de água a ferver. Pensando bem, acho que a panela de pressão é mais adequada, pois passei o dia a soprar. Esse soprar teve exactamente o mesmo propósito da purga da panela de pressão, não rebentar.
A muito custo e com um esforço por me manter bem-humorado, consegui não explodir. Não explodi, mas fui soltando uns pequenos tiros de pólvora mais-ou-menos seca, que os companheiros de trincheira foram aturando e disparando em sintonia.
A minha capacidade de encaixe varia conforme as circunstâncias, mas genericamente procuro ter o discernimento suficiente para analisar o que me rodeia, os motivos e consequências das acções. Compreendo que há situações que podem fugir ao controlo dos intervenientes e por vezes os efeitos não são totalmente da sua responsabilidade. Outras há que, por muita boa vontade da minha parte, não consigo de todo compreender e essas tendem a tirar-me do sério. Um dos meus grandes defeitos é que se a panela de pressão rebenta, o estrondo que ela provoca pode causar efeitos irreversíveis. Nestes casos, não há apanha de cacos que valha.

25 de setembro de 2012

Intranquilo

Sinto-me intranquilo, isto porque, a seguradora com a qual a minha entidade empregadora tem contrato, não aprovou parte da cirurgia a que deveria ser sujeito no próximo dia 13 de Outubro. O processo iniciou-se a 18 de Abril, e apenas no passado dia 18 de Setembro me informaram que apesar de todas as reviravoltas a que me obrigaram em 5 meses, não aprovavam uma parte, e porventura a mais importante. Escrevi-lhes um e-mail que deixo abaixo e que explica os motivos pelos quais estou ... intranquilo. 

"Exmos. Senhores,

No passado dia 18 de Abril, enviei para os vossos serviços por fax, a partir do CHSF, um “Impresso de informação clínica - Geral”, formulário esse que visava o pedido de aprovação de cirurgia, onde eram indicados explicitamente os códigos “34000023 – septoplastia” e “34000025- turbinectomia unilateral”.
No seguimento deste envio, foi-me pedida, em contacto telefónico, a TAC que evidenciava os problemas objecto de correcção na cirurgia a realizar. Enviei no dia 15 de Maio via e-email uma cópia ao cuidado do Senhor LN. Por me ser novamente solicitado que vos enviasse essa documentação, pelo CHSF, remeti-vos uma segunda vez, no dia 18 de Maio, o mail enviado anteriormente, agora ao cuidado da Senhora AV.
No dia 17 de Maio, foi-me enviada uma carta da vossa parte que recebi 3 dias depois, a solicitar nova TAC, agora aos Seios peri-nasais, visto que a primeira era uma TAC crânio-encefálica e insuficiente para análise do vosso Director Clínico, Dr. RCS, pese embora tenha sido suficientemente esclarecedora para o Otorrino que me observou e que tenho como competente, Dr. MG. O vosso pedido obrigou-me a ir pela terceira vez a uma consulta e a fazer nova TAC, cuja cópia do relatório vos foi remetida por e-mail no dia 11 de Junho.
No dia 12 de Junho foi-me endereçada nova carta, agora a solicitar um “Relatório médico que justificasse a realização do código 34000025 (Idem, bilateral) atendendo ao relatório da TAC Seios Perinasais”. Farto de me ver envolvido em tamanha burocracia telefonei pela segunda vez (desde o início do processo) para os vossos serviços a fim de esclarecer quais os elementos em falta e se mos podiam indicar de uma só vez, salientando que não sendo eu médico tal questão não me deveria ter sido colocada a mim mas sim ao Otorrino. Foi-me dito que era apenas o único elemento em falta.
Após ter sido enviado pelo Otorrino o referido relatório, situação que tratei directamente com o CHSF, recebi nova carta da vossa parte, enviada no dia 29 de Junho a solicitar que indicasse a data da cirurgia. Voltei a contactar por telefone os vossos serviços, visto terem pedido novos elementos depois de indicar não haver nada em falta além do relatório médico, que me disseram para indicar a minha disponibilidade e que esta seria a última solicitação da vossa parte. Indiquei por e-mail a minha disponibilidade no dia 14 de Julho.
No dia 20 de Julho, responderam ao e-mail que enviei dizendo que a data teria de ser um dia concreto e não um período de tempo. Tal situação obrigou-me a agendar a 5ª (QUINTA) consulta com o Otorrino, que por indisponibilidade de horário do CHSF, apenas consegui marcar para dia 12 de Setembro. No dia 13 de Setembro indiquei-vos por e-mail que a cirurgia, que obviamente incluía a septoplastia e turbinectomia bilateral, tinha sido agendada com o Otorrino para dia 13 de Outubro.
Na passada sexta-feira, 22 de Setembro, recebi uma carta vossa de dia 18 de Setembro, indicando ter sido aprovada a cirurgia “Turbinectomia Unilateral – código 34000007 X2” mas que a correspondente ao código “34000023 (Septoplastia), não era comparticipada.
Desde a primeira informação que vos foi remetida que a Septoplastia foi claramente descrita como um dos motivos pelo qual era necessária a realização da cirurgia.
O contrato de seguro foi celebrado com a minha entidade empregadora, situação que é do vosso conhecimento, visto estar escrito no cartão que me foi atribuído por vós. Não tenho portanto uma cópia da apólice.
Em nenhum momento e em nenhum dos contactos me foi referido que a Septoplastia não seria comparticipada. Os contactos foram iniciados a 18 de Abril, e a seguradora apenas me informou desta situação a 18 de Setembro, ou seja, 5 (CINCO) meses depois, vendo-me eu forçado a gastar dinheiro e a perder tempo, para demonstrar a necessidade de uma cirurgia que segundo vós a apólice indica como não abrangida.
Após pedido que fiz à responsável dos recursos humanos da empresa para a qual trabalho, verifiquei que a apólice não é clara na exclusão da dita cirurgia.
Por esse motivo, e tendo em conta o arrastar do processo, ausência de vontade em resolver a situação e a forma como o processo foi gerido, verifico que da parte da Seguradora T/AC, é transmitida uma inequívoca incompetência e falta de seriedade.
Venho portanto solicitar que seja feita uma célere reanálise ao processo e que me seja dada uma resposta o mais breve possível, tendo em conta a proximidade do dia 13 de Outubro.
Informo também da minha intenção em participar o assunto à Associação Portuguesa de Seguradores.

Cumprimentos,  

Joel Mota"

23 de setembro de 2012

Pequeno desafio

Hoje proponho aqui um desafio, deixo aqui um conjunto de frases proferidas por um político português aquando de uma situação de grandes dificuldades económicas para o país. A compilação não foi feita por mim mas por Vítor Matos e publicada pela revista Sábado. Todas as frases foram divulgadas por meios de comunicação social portugueses ou estrangeiros na época em que foram ditas. São eles, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, RTP, 1ª página, Correio da Manhã e Der Spiegel.
- “Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”.
- “Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”.
- “Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.”
- “Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”.
- “Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível
- “A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós”
- “Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”.
- “O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”.
- “[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (...). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”.
- “O que sucede é que uma empresa quando entra em falência... deve pura e simplesmente falir. (...) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade.
- “Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”.
- “Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”.
- “Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”.
- “A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar”
- “A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.”
- “Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”.
- “As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta
- “Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um político sê-lo nas condições actuais”
- “Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida
- “Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”.
Uma dica para quem não conseguiu descobrir, foram declarações proferidas entre 1983 e 1984 por um senhor que era “fixe”.


19 de setembro de 2012

El Comandante

Sou benfiquista assumido, daqueles que vivem com alguma intensidade o clube, acompanham o seu percurso nas competições, conhecem minimamente a sua história e os jogadores que o integram. Sofro com as derrotas e os empates e empolgo-me com as vitórias, embora com o tempo esses comportamentos tenham começado a ser mais moderadas. O futebol e o desporto em geral não devem assumir nas nossas vidas maior importância do que na realidade têm.
Sendo benfiquista, tento manter a imparcialidade ao analisar o que vejo nas disputas e competições entre clubes, esteja ou não metido o meu “Glorioso” ao barulho. Quando vejo uma partida procuro analisar os lances de jogo, as performances e comportamentos dos intervenientes sem me deixar influenciar pela clubite. Uma coisa é ser benfiquista e outra completamente diferente é ser parvo, esta segunda tento evitar que se manifeste muitas vezes.
Há no futebol português muito bons jogadores pelos quais eu tenho alguma admiração, quer pela sua capacidade futebolística, quer pela sua atitude humana. Um desses jogadores dá pelo nome de Luiz González, mais conhecido por Lucho González, e é jogador do Porto.
Ontem, o Porto jogou em Zagreb o seu primeiro jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, umas horas antes do jogo começar Lucho Gonzalez recebeu a notícia de que o seu pai tinha falecido na Argentina. A atitude mais esperada seria a de não alinhar no encontro, dada a devastadora notícia. Contrariando essas expectativas jogou de início, foi um dos melhores em campo e marcou o primeiro golo. Fez mais do que lhe era exigido, assumiu a braçadeira de capitão demonstrado porque é merecedor de a usar, liderou a sua equipa com a influência que lhe é característica e deu um passo larguíssimo para tornar o seu grupo mais coeso.
Para além do jogador distinto, justifica também a sua alcunha de “El Comandante”. 

18 de setembro de 2012

Lixado!

Estou aqui que nem posso! Chateado, revoltado, desiludido e outras coisas acabadas em "ido" que não posso dizer. Vi o sorteio do euromilhões e estava aqui feliz da vida a pensar que tinha ganho o prémio. 
Assim que a minha cara-metade me perguntou:
-Então já viste o euromilhões?
Respondi-lhe:
- Já e ganhei! 
Ganhei, logo eu que só jogo 2€ de cada vez e quando o rei faz anos, ainda para mais com uma chave sorteada pela máquina, coisa que ela se opõe terminantemente. Geralmente calham-me números coincidentes com as estrelas e isso deixa-a pouco confiante, pois não acredita que a sorte dite a repetição das bolas.
Mas hoje, a sorte que nunca me bafejou estava-me de feição e aconteceu, a chave era premiada!
De seguida perguntou-me:
- Qual é o valor do prémio?
- Espera que vou confirmar à net! - Respondi eu de sorriso na cara.
Entrei no site da Santa Casa da Misericórdia e o mundo desabou! A minha miopia traíu-me e apunhalou-me a sorte pelas costas à falsa fé. O número que saiu era o 38 e não o 30, como eu pensei ver. Menos um número certo e tudo caiu por água abaixo!
Raios, ainda não foi desta que conquistei o meu primeiro prémio no euromilhões, ainda não é desta que eu faço pelo menos 2 números e 1 estrela!

17 de setembro de 2012

A bela e o polícia

Há uns dias criei uma conta numa rede social relativamente recente de seu nome “Pinterest”. O “Pinterest” é um local onde cada um pode afixar imagens (pins) no seu mural, arquivadas em galerias definidas pelo próprio. É um local onde o utilizador publica as imagens que encontra na net ou fotografias que tira, disponibilizando-as para visualização dos seus seguidores.
No domingo afixei pela primeira vez um pin da imagem que pode ser vista em baixo, de José Manuel Ribeiro da Agência Reuters, numa pasta a que dei o nome Portugal. De todas as fotografias que vi da manifestação de sábado, tiradas aos manifestantes e aos muitos cartazes que denotam grande criatividade e mensagens, na sua maioria, extremamente fortes, esta é sem dúvida a imagem mais marcante que vi desse dia. É a fotografia que simboliza aquela manifestação.
A jovem, Adriana Xavier, oriunda de Lagos participou pela primeira vez numa manifestação e afirmou, em entrevista ao Jornal Público, entre outras coisas, algumas legitimadas pelos seus 18 anos, uma frase que eu retive e que me parece ser também ela de enorme significado, “Às vezes vemos os polícias partir para a violência e aproximei-me porque queria perceber o que é que eles eram capazes de fazer. Porque eles também são o povo, também estão a ser prejudicados com as medidas”.
Acredito piamente que muitos daqueles polícias se sentiram do lado errado da manifestação e se calhar também por esse motivo foram, injustamente e inexplicavelmente, muito maltratados e desrespeitados junto à escadaria da Assembleia da República sem reagir.
Quanto ao momento que fica para a eternidade, penso que a única pessoa que pode não gostar de o ver é a eventual esposa ou namorada do polícia.

José Manuel Ribeiro - Reuters

15 de setembro de 2012

A manif

Porque é que eu não vou a uma das manifestações realizadas por todo o país, cujo mote era “Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas”?
Muito simples, por o mote ser esse. Não que tenha alguma coisa a favor ou contra a troika, mas por ser, em minha opinião, o motivo errado.
A troika é constituída pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia. Não ocupou o território, nem a nossa economia à força, fomos nós que os chamámos para nos emprestar dinheiro porque não conseguíamos suportar as nossas despesas. Financiaram-nos e nós aceitámos as condições, boas ou más, são as possíveis porque estávamos mais tesos que um carapau. Não nos podemos é recusar a pagar a quem devemos!
Outro motivo que me fez tomar a decisão de não ir à manifestação, está relacionado com o aproveitamento político que é feito pelos partidos. Por mais que digam que não é uma manifestação partidária, todos esses parasitas vão estar na primeira fila. E eu, Joel Mota, estou tão contra o governo, como contra esta oposição a este governo. Temos uma classe política muito rasteira. Não propõem medidas sérias, não abdicam dos seus interesses e não agem em benefício do país. Mudam os cús mas as cadeiras são sempre as mesmas.
Se me sinto mal por não me manifestar ao lado dos que reclamam causas justas? Sim, chateia-me bastante não demostrar que também quero agir. Se esta manifestação fosse contra toda a classe política, porque foram eles que nos meteram neste abismo, se fosse contra todos os que foram cúmplices ou que ajudaram a dar no nó na corda que temos ao pescoço, eu estaria lá. Essa sim, seria uma forma completamente apartidária de mostrar a indignação do povo.
Quanto a esses senhores que vivem à nossa conta, não deixo apelo nenhum, até porque não vão ler o que escrevo e mesmo que lessem tudo permaneceria na mesma. Os seus discursos raramente fogem a um enorme chorrilho de asneiras ditas para seu próprio interesse e branqueamento dos seus comportamentos desviantes.
O que eu gostava mesmo é que levassem um valente aperto, que fossem chamados à razão, que pagassem de uma vez por todas pela merda que fazem, que comessem o pão que o diabo, personificado pela sua classe, amassou.
Quem são eles para falar em dificuldades, em desemprego, em falta de dinheiro? Quantos deles têm de contar os tostões para comprar comida para por na mesa aos filhos? Quantos pagam juros ao banco pelo atraso das mensalidades só porque o patrão não pagou a tempo? Quantos é que estiveram desempregados meses a fio? Quantos é que descontaram 40 ou mais anos para receberem pouco mais que um miserável ordenado mínimo de reforma?
Tenham respeito por quem lhes paga os luxos.

14 de setembro de 2012

A saque


Não tive oportunidade de ver e ouvir a entrevista ao Primeiro-ministro na íntegra, isto porque à mesma hora dá o “Bob, o construtor”, o “Thomas e os amigos” e o “Bombeiro Sam”, que em boa verdade são programas moralmente mais ricos e decentes. A declaração do líder do PS vi-a também mais tarde na internet.
Do pouco que vi, reparei que ambos os oradores tiveram discursos bem articulados e muito bonitos sobre coisas muito feias. Se Passos Coelho aparentou ser um líder assertivo, preocupado, ponderado e confiante na eficácia das suas medidas, por seu lado António José Seguro foi firme, inconformado, insubmisso e quase carismático. Estes senhores são dois extraordinários exemplos de pessoas em quem podemos confiar para dar a volta por cima, verdade? Mentira, são líderes fracos, aliás, muitíssimo fracos que continuam a pensar em pouco mais do que nos partidos, nos amigos e em dar uma imagem que lhes permita aceder ou manter-se no poleiro durante o maior período de tempo possível. Mas não são os únicos, da extrema-esquerda à direita a assembleia está apinhada destes espécimes.
Passos Coelho tem falta de coragem para assumir que isto não vai lá com impostos incomportáveis, sobretudo à classe média (se é que ainda existe classe média), é preciso cortar na despesa do estado! Cortar na despesa do estado implica cortar em tachos, em salários imorais, em privilégios absurdos, nos “jobs for the boys”, acabar com parcerias público-privadas e com as reformas de milhares de euros, só para dar um pequeno exemplo. A economia só recupera se as empresas comercializarem os seus produtos, sacar os ordenados até ao último tostão a quem compra só acentua o problema. Mais, a justiça tem de ser credibilizada responsabilizando e prendendo os ladrões e corruptos que nos levaram a este poço. Onde é que estão os documentos da compra dos submarinos que metem água?
Passos Coelho por incompetência ou irresponsabilidade, pouco mudou em relação ao anterior governo, insistindo desnorteado em ser teimoso à nossa custa.
Já o líder do PS, António José Seguro, a cada vez que abre a boca faz-me sentir insultado. O seu partido meteu cá TRÊS vezes o FMI, sim TRÊS! Duas com o Excelentíssimo Mário Soares, que recebe mensalmente milhares à conta do estado, mais carrinho, combustível, motorista e 14 agentes da PSP por sua conta diariamente, e uma terceira com um tal de Sócrates, cujos indícios de corrupção dispensam apresentações. Seguro, antigo ministro de Sócrates, apresenta como genial medida, o aumento dos impostos às PPP’s para minimizar o estrago! Boa António, aumentar os impostos às parcerias público-privadas que são financiadas com o nosso dinheiro! 
Demagogicamente, Seguro, anda com os Bernardinos, as Heloísas, os Louçãs, e meia-dúzia de Sindicatos a tentar convencer o povo de que não é preciso abdicar dos privilégios a que grande parte da função pública estava habituada. Saliento que a minha revolta não é contra os funcionários públicos, mas não pensem que o estado lhes pode pagar acima do que o seu trabalho rende, ou mais do que os cofres estatais possuem.
Em todas as empresas privadas os funcionários têm de ser rentáveis a ponto do resultado do seu trabalho, directa ou indirectamente, pagar o seu ordenado. Porque é que a função pública deve ser diferente?
Défice quer dizer que se gasta mais do que se ganha! Se as despesas são superiores aos rendimentos, das duas uma, ou se corta a despesa ou se aumenta o rendimento. 

11 de setembro de 2012

11 anos depois


Logo pela manhã, tive de passar pelo posto-médico para que o meu médico de família me passasse umas análises, uns medicamentos, ouvisse umas queixas da vesícula e para que a enfermeira me desse uma agulhada no braço para administrar a vacina antitetânica.
Ao escrever a data no boletim de vacinas, a enfermeira reparou que se assinalava o 11º aniversário dos atentados ocorridos em Nova Iorque. De imediato comentou que se lembrava bem desse dia, onde estava e o que fazia enquanto as torres gémeas eram atingidas pelos aviões. Também eu comentei com ela algumas circunstâncias desse meu dia, o local onde soube da notícia e de como a notícia inicialmente me chegou confusa. Confusão é provavelmente uma das palavras que caracterizaram bem esse dia, tragédia será outra.
Poucas serão as pessoas que não têm bem fresca na memória a recordação do local onde se encontravam e o que faziam aquando dos fatídicos acontecimentos. Onze anos depois aquelas imagens brutais ainda impressionam, onze anos depois e parece que foi ontem.

10 de setembro de 2012

Dúvidas


Alguém me consegue responder a estas questões, explicando-me claramente como se eu fosse muito burro (e se calhar sou-o):
Se o governo aumenta os impostos, ficamos com menos dinheiro?
Se tivermos menos dinheiro, temos menos poder de compra?
Se não tivermos poder de compra, as empresas continuam a vender?
Se as empresas não venderem, não têm lucro?
Se as empresas não tiverem lucro, como é que contratam funcionários, pagam aos que já têm e aos fornecedores?
Se as empresas não pagarem, não são viáveis e fecham as portas?
Se as empresas fecharem as portas, os funcionários vão para o desemprego?
Com tantas empresas a fechar, o desemprego aumenta?
Se o desemprego aumentar, a segurança social precisa de mais dinheiro para pagar os subsídios de desemprego aos desempregados que ainda o recebem?
Como é que aumentar os impostos aos trabalhadores, sobretudo no estado de sufoco em que se encontram, pode incentivar a economia e diminuir o desemprego?
Se um país tem menos gente a trabalhar do que sem trabalhar, como é que o dinheiro há-de ser suficiente para que sustentar as despesas do estado?
Um estado que tem mais despesas do que rendimentos e património não é um estado falido?
Provavelmente, não percebo por não ser economista ou gestor.