Carta à selecção

Habitualmente não falo em marcas aqui no blog, não gosto de o fazer pois não me cabe a mim andar a fazer publicidade gratuita seja ao que for. Se a publicidade for a uma petrolífera, como é o caso, então isso ainda faz menos sentido, já basta o que nos espremem dos salários.

Quebro aqui essa regra porque acho que este vídeo está muito bem conseguido e defende a nossa imagem enquanto portugueses (situação habilmente utilizada pela empresa em questão), o que me agrada particularmente e me fez não resistir a partilhá-lo. Acho o slogan um bocadinho “forçado”, mas enfim aceita-se, tendo em conta a mensagem que se pretende transmitir.

Segundo informação que consegui encontrar, a carta foi mesmo escrita pelo Guilherme e o meu lado crédulo prefere acreditar que é mesmo verdade. 

À descoberta da música

A pouco e pouco, a pequenita tem vindo a descobrir a música e a achar cada vez mais piada àqueles sons, na maioria das vezes acompanhados por palavras que ela já começa a querer cantarolar.

Habitualmente, ouve a música que passa na rádio do carro e como as playlists são algo repetitivas e limitadas, acaba por ficar mais familiarizada com as 2 ou 3 que estão na berra. Sabendo que está a iniciar esse processo de aprendizagem de gostar de música e do bem que isso lhe faz bem ao espírito, por vezes é-lhe administrada essa terapia quando começa a ficar mais birrenta e agitada. O computador é um veículo extraordinário para esse fim por aceder à internet e por sua vez ao Youtube, proporcionando-lhe assim os hits de que ela tanto gosta para lhe devolver a boa disposição.

Para já, as músicas que mais a fazem vibrar são “On the floor” da Jennifer Lopez, a quem ela carinhosamente chama Popota, “Sexta-feira” do Boss AC (que lhe arranca vários “Yeah”) e o genérico do Noddy, no seu idioma Nony.

Como acho que a música é parte importante das nossas vidas e também importante para a nossa formação cultural ou mesmo como indivíduos, resolvi num destes dias apresentar-lhe a minha banda preferida, Pink Floyd. Claro que não estava à espera que a pequenita ficasse já uma fã do “Another brick in the Wall”, se calhar esperava até que ela começasse a mostrar algum desagrado, por a melodia não lhe estar ainda presente no ouvido e pedisse o “Nony” de volta. O que é certo é que a pequenota não sendo muito exuberante, manteve-se atenta à música e ouviu-a do princípio ao fim sem queixas. Tentei arriscar o “Wish you were here” mas ela esquivou-se no seu estilo de enguia e assim que pôs os pés no chão correu para os seus lápis de cor para continuar um trabalho inacabado no seu bloco A3.

1 ano

Faz hoje um ano que iniciei as “Crónicas de um fulano” e sinceramente, as expectativas que tinha foram ultrapassadas. Não pensava inicialmente dedicar o tempo que dediquei ao blog, não pelas horas gastas mas pela assiduidade das publicações. Pretendia publicar umas coisas, ao ritmo de 4 ou 5 crónicas por mês, no entanto as ideias foram proporcionando mais oportunidades e essa meta foi superada.

Mesmo que a escrita e conteúdo possam ser fraquinhos quando comparado com outros, não traga nada de inovador, o aspecto seja minimalista e a atirar para o básico, o balanço que faço é positivo. Propus-me a ter um espaço que fosse ao encontro do que penso, às minhas opiniões e aos meus interesses, se possível com algum proveito para quem lê, eventualmente apenas traduzido numa mera distracção de 5 minutos para quebrar a rotina. Sobretudo, queria que os meus minutos aqui gastos quebrassem as minhas rotinas.

As crónicas vão continuar, pelo menos enquanto a vontade for mais firme que a preguiça.

A quem aqui passa e a quem deixa os seus comentários, agradeço a visita e atenção que me concedem. Aos que consideram o espaço desinteressante, podem utilizá-lo como índice dos blogs que sigo, esses sim de qualidade.

Ida ao estádio

Portugal - Macedónia 

Ontem foi dia de jogo em Leiria, Portugal jogou com a Macedónia, em jogo de preparação para o Campeonato Europeu, e eu estive lá. O resultado foi um empate a zero e a exibição foi fraquinha, muito fraquinha. 

Portugal, desenganem-se os mais optimistas, não tem uma grande selecção como outrora, tem uma selecção boa com duas ou três excepcionais individualidades mas não é um candidato à vitória do europeu. É bom que se tenha consciência disso para não haverem desilusões, até porque estando no grupo mais forte do campeonato é natural que não passe da primeira fase.

Independentemente da má exibição e do mau resultado, até porque nestes últimos anos fomo-nos habituando a ganhar, detestei ver os jogadores (uns mais do que outros) a serem assobiados pelo seu próprio público. É compreensível o desagrado com a exibição e com a postura de alguns que vestem as nossas cores, caso do Quaresma que se toma por melhor do que é na realidade, mas assobiar à própria equipa é uma atitude reprovável, na minha opinião. 

Tratar mal "os nossos" é dar um tiro no próprio pé. Se as coisas estão a correr mal só tendem a piorar. 

Concertos

“Não há dinheiro não há palhaço”, esta é uma frase que traduz um valioso princípio que o meu pai me ensinou e que me impede de ir ver uma série de concertos que se realizam por cá este ano.

O ano de 2012 é bastante fértil em talento pelos nossos palcos e fico com um grande amargo de boca por não assistir a nenhum deles. Ainda se falou cá por casa em irmos, eu e a minha cara-metade, ver uma ou outra banda que agradasse a ambos, mas fazendo bem as contas ao preço dos bilhetes, despesas de transporte, alimentação e um ou outro capricho, dificilmente a festa ficaria por menos de 200 €. É muito papel!

Por exemplo, não acho que os 61 € por um bilhete para o Rock in Rio seja caro, considerando o que nos é proporcionado em número de bandas e restantes entretenimentos, no entanto é muito dinheiro e há outras prioridades.

Resta então esperar que a SIC Radical transmita qualquer coisita, que não sendo a mesma emoção de assistir às prestações ao vivo, sempre dá para enganar o vício.

Chumbos no exército

O Jornal Sol referia hoje que de acordo com os revelados pelo exército, 30% dos candidatos a praças chumbam devido a  «perturbações mentais e de comportamento». Estes resultados são apurados após rigorosos e intensos testes físicos e psicológicos. 

Tenho uma enorme curiosidade em saber quando serão também implementados estes testes na Assembleia da República e qual a percentagem de chumbos.

Aborto

Ao segundo referendo realizado, a prática do aborto foi despenalizada, descriminalizada ou como eu prefiro dizer, liberalizada. Passou a ser possível fazer um aborto em Portugal, sem ser por risco de vida da mãe ou do bebé, por violação ou malformação do feto, circunstâncias previstas anteriormente na lei, e não se ser punido.

Na altura do debate que precedeu o referendo cheguei a comentar com amigos, que liberalizar o aborto em Portugal era muito perigoso por haver quem o entendesse como mais um método contraceptivo. Dos vários defensores da liberalização que ouvi na altura na televisão, um deles dizia que nenhuma mulher o praticaria de forma leviana. Pois bem, a manchete do Jornal de Notícias de hoje indica que “há mulheres a abortar mais de uma vez por ano”. Se isto não é uma atitude leviana, o que será? O mesmo jornal refere que por cada cinco nascimentos há um aborto voluntário.

Se em 2007 quando votei contra a liberalização do aborto, hoje não tenho a mínima dúvida que se confirmam os meus piores receios. Todo o dinheiro gasto pelo estado nesta prática, não sujeita a quaisquer taxas moderadoras, teria sido melhor aplicado numa séria política de planeamento familiar.

Maleitas

Depois de três meses passados entre médicos, hospital, exames, análises, ecografias, radiografias, electrocardigramas e afins, hoje finalmente consegui descobrir a razão de ter andado este tempo todo abrasadinho do aparelho digestivo. A juntar à minha insuficiência mitral (em português comum, uma folga numa válvula do coração), aos meus problemas de tiróide, desvio do septo nasal (nariz torto), miopia e astigmatismo, pé chato, dores de cabeça constantes e mau feitio, também tenho um fígado de um bêbado (coisa que por acaso não sou) e uma vesícula desregulada. Se isto está assim aos 31 anos nem quero imaginar quando chegar aos 65! 

Pelo menos não tenho caspa!

Proença na final

www.abola.pt

A UEFA Confirmou hoje que Pedro Proença foi nomeado para arbitrar a final da Liga dos Campeões, a realizar no próximo sábado entre o Bayern de Munique e o Chelsea, em Munique na Alemanha.

Está de parabéns o juíz português que há uns tempos levou uma sova no colombo, de um adepto mais descontente com a sua performance. Os mimos custaram-lhe mesmo dois dentinhos da frente.

Caso para dizer que esta nomeação é o ponto mais alto da arbitragem portuguesa e o mais baixo da europeia. Era inevitável a graçola!

Erro irreparável

Ontem uma notícia da revista Visão dava conta da execução de um homem, Carlos DeLuna, condenado à pena de morte nos anos 80, por engano. O facto deveu-se a ter sido considerado culpado pelo assassinato de uma mulher à facada, valendo-lhe a execução por injecção letal em 1989.

Ao longo dos anos em que esteve no corredor da morte tentou provar ingloriamente que não havia sido ele a cometer o crime, mas um seu conhecido cuja aparência física era muito idêntica. Ao que tudo indica a investigação foi mal conduzida, foram cometidos erros graves e não se recolheram nem analisaram todas as provas, nomeadamente vestígios presentes na vítima e local do crime.

Após 6 anos de investigação exaustiva iniciada em 2004, o professor James Liebman conjuntamente com 12 dos seus alunos chegaram à conclusão que o crime foi praticado por Carlos Hernandez e não Carlos DeLuna, falando este último a verdade. Dessa investigação resultou um livro “Los Tocayos Carlos” que esclarece o sucedido.

Sou completamente contra a pena de morte, independentemente do crime praticado não só pela possibilidade da ocorrência de erros como este, mas porque um estado não deve praticar um crime para aplicar justiça. A pena de morte é, na minha opinião, um crime que segue um princípio de vingança e a justiça dos tribunais não deve prever actos de vingança. Faz-me alguma confusão que supostos países evoluídos, como é o caso dos Estados Unidos da América, continuem a prever no seu código penal actos terceiro mundistas.

Dia da Família

Hoje comemora-se o dia internacional da família. Como é que eu sei? Simples, a pequenita trouxe do infantário uma folha A3 com uma casa desenhada para nós decorarmos, de preferência relacionando-a com a nossa família.

A tarefa foi cumprida pelos três, se bem que com mais mérito da mãe que do pai, que nunca teve jeitinho rigorosamente nenhum para trabalhos manuais. Decidimos colocar como complemento uma fotografia de família no interior dessa casa. A pequenita também mostrou o seu talento e fez os seus rabiscos de uma forma pouco lógica para os nossos olhos, mas inteiramente satisfatória para a sua percepção. O importante foi deixar a sua marca no papel já que ela é o elemento que dá o sentido ainda mais especial a nossa família.

13 de Maio

O dia de hoje é particularmente importante para a Igreja católica, sobretudo para a portuguesa, pela comemoração do aniversário da aparição da Nossa Senhora de Fátima na Cova da Iria. Como católico que sou, este dia não me é indiferente, se bem que não costumo deslocar-me lá nesta data pela confusão inerente a tão grande multidão.

Este ano, a afluência foi bastante grande e ou muito me engano, ou muitas das pessoas que passaram pelo Santuário de Fátima, fizeram-no pelas circunstâncias difíceis que vivemos. Como eu as compreendo, embora não me identifique muito com essa prática. 

A fé é do meu ponto-de-vista algo pessoal que cada um deve viver como bem achar, desde que isso não interfira com a liberdade alheia e eu, sem os querer julgar, não concordo que se recorra apenas à ajuda divina aquando das dificuldades, tal como não concordo com o "pagamento de promessas". A ideia de que só vamos a Fátima a pé se recebemos essa ajuda dá um ar de um certo "interesseirismo" pouco consonante com aquilo que devia ser a religião. Por diversas vezes fui a Fátima a pé e irei as vezes que considere oportunas, mas não o faço por promessas, faço-o pelo convívio, pela experiência, pelo sacrifício e até hoje valeu sempre a pena mesmo sem pedir nada em troca.

Sassetti

Há pouco tempo, Bernardo Sassetti, esteve aqui por Leiria a participar nos "Concertos para bebés" e a minha esposa levou a pequenita a assistir a esse evento. Num dos momentos de interacção como os miúdos, uma das bailarinas pegou na pequenita e pô-la ao colo do pianista, que teve a amabilidade de tocar uma música com ela a assistir muito atentamente mais de perto. Esse pequeno gesto provoca sempre a um pai a simpatia por quem o pratica.
Mentiria se dissesse que era um profundo conhecedor da obra e pessoa de Bernardo Sassetti, conhecia-o mais de ouvir falar dele que de o ver a fazer o que o tornou conhecido. No entanto, foi com alguma estupefacção e tristeza que soube do seu falecimento ontem, sobretudo pelos ainda jovens 41 anos.
A cultura portuguesa é, felizmente, muito rica mas ontem mais pobre. Que se continue a ouvir a sua música, magnificamente interpretada como forma de perpetuar o que de tão bom deixou.

Aqui fica uma música de José Afonso, cantada por uma das melhores vozes que vimos nascer por cá e brilhantemente tocada por si.

Bernardo Sassetti e Carlos do Carmo - Cantigas de Maio

Garbarek

Numa das minhas incursões pela internet, onde já tenho centenas de milhares de milhas náuticas navegadas, descobri um saxofonista cujo trabalho me era desconhecido, mas não o nome. Esse jovem norueguês de 65 anos, Jan Garbarek, que me foi dado a conhecer pelos temas “Molde Canticle” (parte 1 a 5), através do blog “bitaites.org”, revelou-se uma agradável surpresa pela qualidade musical.

Tentei ouvir mais algumas coisas do autor e fiquei muito bem impressionado por a primeira que ouvi não ser uma excepção de bom gosto, mas por ser apenas uma entre muitas. Jan Garbarek conta com mais de 30 álbuns gravados a um ritmo alucinante e pouco habitual, chegando a gravar 2 ou 3 álbuns por ano.

Aqui fica um cheirinho do perfume musical de Jan Garbarek.

Jan Garbarek - Molde Canticle - Part I

Desiludidíssimo

O dia de ontem era, há mais de uma semana, ansiosamente aguardado. Era daqueles dias que ao levantarmo-nos de manhã temos a sensação de mais tarde virmos a ser recompensados, o que nos deixa de ânimo em alta.

Com tanto negativismo que paira no ar, haja qualquer coisa que nos ponha um sorriso na cara, nos deixe bem-dispostos e motivados. Haja um motivo que, embora não nos mude a vida, nos faça encará-la mais alegremente e com a sensação de que ainda há coisas que valem a pena.

Após um dia de trabalho e todas as tarefas caseiras devidamente cumpridas, pude finalmente desfrutar do desejado descanso. Sentei-me ao computador como é hábito, mas desta vez com um pequeno sorriso a surgir. Dois minutos depois, cai tudo por terra, começo a ficar verdadeiramente irritado e ecoa na minha cabeça um enorme “chiça”, daqueles com um monumental “F”. Não me contive, a minha incredulidade e indignação crescente pela tamanha incoerência levou a que exclamasse “Não acredito! A Rita Pereira nem as mamas mostra nas fotos da Playboy!”. Foi o desabar vertiginoso de tão elevadas expectativas. A minha esposa ainda me reconfortou com um comentário solidário, “Então, isso deve ser algo muito fraquinho!”.

Já me recompus, mas continuo a achar que isto não se faz a ninguém!

(Esta crónica era para ter sido publicada na sexta-feira, alguns contratempos impediram que fosse terminada e só hoje aqui é colocada) 

The Special One

http://www.football-news.org.uk

Goste-se ou não do estilo, é um facto provado pelos resultados, que José Mourinho é um dos melhores treinadores de futebol de sempre, senão mesmo o melhor.

Ontem, tornou-se no primeiro treinador a ganhar os 3 campeonatos nacionais com os níveis competitivos mais elevados (Inglaterra, Itália e Espanha), para além do campeonato português.

Não é falsamente modesto e quando se auto-intitula como o melhor treinador do mundo, fá-lo com a razão de quem o consegue provar. José Mourinho é sem qualquer dúvida o “Special One”. É um extraordinário líder, por mobilizar os seus jogadores a seguirem-no cegamente, unirem-se e sacrificarem-se pela equipa. É competente porque ganha mais e falha menos. É corajoso porque enfrenta os seus adversários olhos nos olhos por mais poderosos que sejam. É o melhor e é português com orgulho e sem lamentos. 

É a loucura...

Ontem, uma conhecida cadeia de hipermercados decidiu fazer uma promoção bombástica e como grande parte das pessoas é bastante tentada por estas coisas, o resultado foi uma afluência brutal a essas superfícies comerciais. Uma autêntica loucura!

Eu, contrariamente às três ou quatro pessoas com quem falei hoje sobre o assunto, não penso que essa deslocação em massa ao supermercado tenha a ver com a crise. Acho que independentemente de estarmos ou não num momento economicamente complicado, a esmagadora maioria que lá foi continuaria a ir, mesmo que tivesse os bolsos a transbordar de notas. É um comportamento que pouco tem a ver com o estado da economia e muito com aquela ambição de trazer muito por pouco dinheiro. É uma espécie de vulnerabilidade ao sensacionalismo da promoção.

Enquanto eu mantiver a sanidade mental que tenho hoje, nunca me irei deslocar a um supermercado por uma situação destas. Sou incapaz de me sujeitar a passar horas a deitar fumo pelas orelhas por estar à espera de conseguir um carrinho de compras, que me proporcione estar outras tantas na fila da caixa para pagar.

 A acrescentar a isto tudo, parece-me que as pessoas acabam por comprar o que precisam e o que não precisam. Mais, parte das coisas que compram estragam-se na despensa por terem sido adquiridas em excesso, tirando o sentido ao motivo que as leva a meter-se nestas aventuras.

Quanto aos responsáveis do grupo a que pertence a cadeia de hipermercados, acho de muito mau tom esta provocaçãozinha que fizeram aos comunistas e aos sindicalistas.