28 de fevereiro de 2013

Incentivo

Nos últimos dias, tem havido uma palavra que repito ocasionalmente em tom de brincadeira com um colega, embora por vezes essa brincadeira me suscite uma vontade de que a coisa se torne menos a brincar. Essa palavra é geralmente "cantada" num melodia idêntica à da tabuada e acompanhada de um pequeno gesto de punhos em jeito de incentivo. 
Não é uma atitude merecedora de tantos louvores como o "Grândola Vila Morena", não é sequer uma postura com a qual me identifique particularmente, no entanto, dá para aliviar o stress numa altura em que não faltam motivos de preocupação. 
Já chega de suspense, ora cá vai:
"Po-rra-da, po-rra-da, po-rra-da!!!!"

17 de fevereiro de 2013

Fim do dia em São Pedro de Moel

Há uns tempos que andava a planear ir a São Pedro de Moel para tirar umas fotografias na zona do Farol ao início da noite. Ontem, foi finalmente o dia de cumprir essa vontade e de fazer o gostinho ao dedo. 
Sinceramente, esperava melhores resultados do que os que consegui e o motivo tem apenas a ver com a minha falta de jeito. Deixo aqui algumas fotos e peço a quem quiser criticar, que o faça pois todos os conselhos são bem-vindos.





15 de fevereiro de 2013

Dúvida pertinente

Na sequência da crónica publicada pelo ex-secretário de estado da cultura, jornalista e escritor, Francisco José Viegasno seu blog "A origem das espécies", houve uma dúvida que se me levantou e que gostava de ver esclarecida. Peço a quem me consiga esclarecer que o faça. 
Se eu for ao café e não pedir a factura arrisco-me a dar de caras com um senhor fiscal das finanças que me pode multar por não ter pedido a factura do que consumi e que o dono do estabelecimento me deveria ter dado. 
Ora, eu não sou fiscal das finanças e não me sinto na obrigação de fazer o seu trabalho. Serei um mero cliente que deve receber aquilo que é seu por direito e não multado por não ter exercido esse meu direito, quer seja por decidir abdicar dele ou simplesmente me esquecer de o reclamar. 
Se for a uma máquina daquelas das moedinhas, que não emite essas facturas como é que eu posso obter esse comprovativo, que segundo sei, nenhum desses equipamentos emite? E o fiscal pode multar-me?
Mas a minha real dúvida, ou pelo menos a que me fez escrever aqui em busca de esclarecimentos, está relacionada com a resposta a dar ao fiscal. Se eu seguir a resposta indicada por Francisco José Viegas, e não quero com isto dizer que concorde ou que vá seguir o seu exemplo, devo mandá-lo "tomar no cú" ou devo mandá-lo "levar no cú"?

14 de fevereiro de 2013

Nem que viva mais 100 anos

Se as minhas faculdades mentais se conservarem, nem que viva mais 100 anos (situação que é extraordinariamente improvável) me esquecerei de um jogo que vi há cerca de 19 anos entre o meu Benfica e o Bayer Leverkusen, transmitido a partir do estádio Ulrich Haberland em Leverkusen.
Depois de um empate no estádio da Luz na primeira mão a uma bola, jogo a que assisti ao vivo e do qual ainda conservo o bilhete, o Benfica foi à Alemanha disputar os quartos-de-final da Taça das Taças da época 1993/94 em situação desfavorável. Se a primeira mão foi um jogo muito táctico e nem sempre bem jogado, este segundo foi um jogo de loucos e o resultado foi um pouco habitual 4 a 4.
Tinha apenas 13 anos mas aquele jogo ficou-me gravado na memória e dificilmente será apagado. O Benfica entrou a atacar, mas cedo começou a perder através de um golo do Ulf Kirsten, melhor jogador dos alemães, com o guarda-redes Neno aos papéis. Já no início da segunda parte chegaram ao segundo, despejando um autêntico balde de água fria no meu ânimo.
Contra todas as expectativas o Glorioso reagiu melhor ao segundo que ao primeiro e partiu para cima dos alemães com todas as forças que tinham e no minuto seguinte, o Abel Xavier, depois de um toque de calcanhar do Rui Costa, enche o pé e prega com a bola nas redes da baliza do Leverkusen. Este foi um momento arrebatador e que está fresco na minha memória como se tivesse acontecido hoje.
Se o jogo tinha aquecido ainda mais naquele momento, melhor ficou quando o João V. Pinto passado mais um minuto empata o jogo e mete o Benfica em situação de vantagem na eliminatória. Era um “quase milagre”! Para nós, o relógio não andava, já os alemão sentiam o contrário.
Aos 78 minutos, era mais uma machadada nas aspirações deles, o russo Kulkov fazia o 3 a 2 e obrigava-os a marcar 2 golos para se apurarem para a eliminatória seguinte. Se assim tinha de acontecer, assim aconteceu! Aos 80 minutos Ulf Kirsten marca o seu segundo e empata o jogo e dois minutos depois, o Checo Hapal marca o 4 a 3. Tudo se desmoronou, ou quase, estávamos em desvantagem mas naquele jogo de loucos tudo era possível, mesmo com apenas 8 minutos para jogar. Acredita Benfica! ACREDITA! E acreditou, fez das tripas coração, encheu o peito de ar, cerrou os dentes e foi para a frente com tudo e mais alguma coisa, um golo marcado era a salvação, um golo sofrido era a morte na praia. Vai Benfica, Vai! É só mais um!
Com 5 minutos para jogar, Kulkov pega na bola no meio-campo benfiquista, dá para o João Pinto que naquele seu toque de bola característico a leva colada ao pé, tira um alemão da frente com um drible curto, aguenta o toque, dá mais dois ou três passos com a bola no pé e faz a abertura para a entrada da área onde aparece o Kulkov, sustém-se a respiração… o seu posicionamento é privilegiado e num toque de primeira com a biqueira da bota completamente inesperado, a bola levanta, o guarda-redes voa, a redondinha passa por ele e cola-se às redes!
Acho que quando a bola chegou ao russo já eu ia no ar com os braços levantados e o coração a palpitar o mais que podia, enquanto gritava GOLOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!! O meu pai alinhou no coro e até a minha mãe que não ligava nada às coisas da bola, festejava também! Estava ganho, agora sim o jogo estava ganho e já ninguém nos tirava a vitória mesmo que na realidade tivéssemos empatado a 4. Faltava sofrer 5 minutos e acho que nesses 5 minutos até o terço rezei.
Desse 15 de Março de 1994 recordo-me ainda do nome do defesa esquerdo da equipa alemã, um tal de Franco… Franco Foda! Curioso!


Bayer Leverkusen 4 - 4 Benfica, 15 de Março de 1994

13 de fevereiro de 2013

Bento XVI, o Sensato

 Alessandro Di Meo

Para mim, será muito difícil ver algum Papa que me faça nutrir por si a simpatia e admiração que tinha por João Paulo II, por achar que era uma figura verdadeiramente carismática e fiel aos requisitos que eu considero serem necessários para essa missão. Posto isto, e já o disse aqui, posso afirmar que nunca simpatizei com o Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI. 
Quando anteontem o meu operador de telemóvel, teve a amabilidade de me informar por SMS que o Papa iria abdicar do cargo (palavras deles), fiquei surpreendido, até porque pensei que falavam de Pinto da Costa e esse parece-me que não sai de lá tão depressa. Quando vi que se referiam mesmo ao verdadeiro, o Bento, a surpresa não foi menor.
A minha interpretação da sua resignação não é a de um acto de coragem ou de cobardia, é a de uma realidade invulgar, que não acontecia há mais de 600 anos, e que até é benéfica para a igreja. Na altura em que o Papa João Paulo II se arrastou até ao fim dos seus dias sem abdicar, admirei-o pela resistência, perseverança, pela superação perante as dificuldades e espírito de sacrifício, mas achei que teria sido melhor ter abdicado, ainda que nos tenha dado um exemplo notável.
No caso de Bento XVI, que me parece ficar na história por uma ou outra vaidade e pela resignação, acho que nos deixa outro exemplo também ele valioso, a sensatez em assumir que já não tinha capacidades físicas para desempenhar as funções que a missão lhe exige. A Igreja católica é muitas vezes, justa e injustamente, acusada de não evoluir e este caso parece-me ser um sinal de evolução louvável e de uma oportunidade de renovação.
Quanto à fotografia do raio a atingir a Catedral de São Pedro, interpretada pelo autor como uma manifestação de desagrado por parte de Deus, acho que é um belo momento fotográfico e apenas isso. As conclusões e interpretações sobre a vontade de Deus não me parece estarem ao nosso alcance. 

8 de fevereiro de 2013

Não abro!


Sinceramente, acho que não tenho nada contra a generalidade dos comerciais que trabalham para os operadores de televisão por cabo, telefone e internet, como já tive a oportunidade de aqui dizer, mas esta semana aconteceu-me a seguinte situação que aqui relato e que me faz questionar “Será que é mesmo implicância minha?!”.
Estava eu sossegado em minha casa quando à hora de jantar tocam à campainha da entrada do prédio. Levantei-me do assento, fui responder à chamada e ninguém me disse nada. Como a televisãozinha do intercomunicador não mostrava imagem deduzi que alguém noutro andar já tivesse respondido e dado ordem para abrir a porta. Comecei logo a fazer suposições e aguardar que entretanto me tocassem à campainha da entrada de casa.
Pouco tempo depois, os meus poderes divinatórios foram confirmados. Abri a porta e o indivíduo:
- Boa noite sou o (nome e apelido), trabalho para a (nome da empresa) e queria fazer-lhe uma perguntinha, tem televisão por cabo?
Respondi:
- Tenho. Já agora, uma perguntinha também para si, foi você que me tocou à campainha e não me respondeu?
O rapaz:
- É provável, mas causei algum transtorno?
- Transtorno, não causou mas não gosto que me toquem à campainha e depois não me respondam! – Disse eu.
- Ah desculpe… mas já agora não está interessado em conhecer a nossa promoção?
Respondeu o comercial da empresa, que por sinal até é aquela com quem tenho contrato para o fornecimento dos serviços que me queria apresentar.
- Não, não estou e além disso tenho o jantar a arrefecer. Muito obrigado e tenha uma boa noite. – Finalizei eu a conversa.
O rapaz desejou-me também uma boa noite enquanto se afastou da entrada da minha casa.
No dia seguinte, toca a campainha da entrada do prédio, mas desta vez a televisãozinha do intercomunicador mostrou uma imagem de alguém, que não me era completamente estranho.
- Boa noite. – Cumprimentei ao atender.
- Boa noite, eu sou o rapaz da (nome da empresa) que esteve cá no prédio ontem, o senhor pode abrir-me a porta porque eu não acabei a volta.

Pára o mundo!!

Na minha cabeça passa uma série de coisas em flash, que só mais tarde o meu cérebro compreendeu completamente:
Primeiro, o gajo está a gozar comigo, de certeza!
Segundo, o gajo ou é parvo ou faz-se de parvo!
Terceiro, o gajo está a gozar comigo e é parvo!
Quarto, parvo sou eu que atendi a campainha!
Quinto, somos os dois parvos!

Possíveis respostas:
“- Claro que sim, faça o favor de entrar.”
“- Não abro nada a porta, vai mas é chatear o Ca…mões!”
Ou então aquela pela qual optei, por me parecer a mais sensata, “Desculpe, mas eu não lhe vou abrir a porta”
- Foi com o senhor que eu falei ontem, o do (nº da minha porta)?  - Replicou o rapaz.
- Sou, mas não lhe vou abrir a porta.
Respondi-lhe em jeito de conclusão de conversa.
- Ah, é que eu precisava de entrar para acabar a volta. – Insistiu.
- Pois, mas eu não lhe vou abrir a porta.
- Ok, Boa noite – Despediu-se, já com a ideia assimilada.
- Boa noite.
Finalizei antes de pousar o auscultador.
Posto isto, convém explicar os motivos que me levaram a responder que não abria a porta. Depois da abordagem do dia anterior, obviamente que eu não lhe ia abrir a porta, independentemente de ser comercial ou o senhor prior a desejar as boas festas. Não tinha interesse em falar com ele, logo não tinha motivo para abrir a porta. Não abro a porta do prédio a estranhos, isto porque é um mau principio abrir a porta do prédio e permitir entrada a desconhecidos para andar a circular no seu interior sabe-se lá por onde.
Se não gosto de ser incomodado em lado nenhum, em minha casa muito menos. 

4 de fevereiro de 2013

Porcaria


Li hoje numa notícia que o militar da GNR que deu um pontapé num porco na A1, quando o animal se encontrava por lá a passear após o veículo em que seguia ter tido um acidente, se arrisca a ficar suspenso por 4 meses e sem o respectivo salário por causa do seu acto. 
Esta é a pena máxima a que pode ser sujeito o GNR pois o caso ainda se encontra em averiguações. Nessas averiguações não será ouvido o porco pois para além de não ter nada para dizer (é um animal e não fala) já morreu. Aliás a morte desse e doutros porcos foi mesmo o motivo do seu passeio no camião acidentado, que seguia para o matadouro.
Desconheço em que pratos foram servidas as febras da vítima da agressão, mas como o acaso tem coisas interessantes, às tantas ainda foi parar ao prato do GNR e os 4 meses de castigo sem salário ainda são pouco, ou então foram parar ao prato de um radical defensor dos direitos dos animais que não seja vegetariano e seja amante de uma bela carne de porco à Alentejana.
A verdade é que andam por aí muitos porcos a merecer umas biqueiradas e ninguém lhes toca, tal como é verdade muitos GNR’s levarem biqueiradas de muitos porcos e a esses poucos os criticam.
Pelo que vejo do resultado do jogo continua a haver um triunfo de alguns porcos tenha razão ou não (e neste caso até acho que não) o GNR. Certo é que basta entrar numa exploração suinícola para saber que os porcos nem sempre são muito bem tratados, não é só na auto-estrada do norte. Também é certo que os porcos são criados para nos alimentar e que o papel dos GNR’s não é andar à biqueirada, seja aos porcos ou a outra coisa qualquer. Agora fazer um chinfrim destes por um pontapé num porco e tirar 4 meses de salário ao homem é na minha opinião uma atitude um bocado para o… porca.